São Paulo, domingo, 30 de maio de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

México oferece menor carga tributária para empresas

O México tem hoje perfil mais atraente a empresas do que o Brasil, pelo menos do ponto de vista tributário.
O país é o primeiro entre os que têm a menor carga tributária para as empresas, segundo estudo da KPMG com dados levantados entre julho de 2009 e janeiro de 2010.
O estudo compara o custo de impostos entre países, baseado num índice calculado a partir do percentual da carga tributária total de corporações nos EUA.
O levantamento, que não inclui o Brasil, mostra que Austrália, Canadá e Holanda aumentaram a atratividade.
"Dificilmente o Brasil teria posição melhor que a do México, pois é dos que mais cobram imposto no mundo", diz Nelson Lacerda, do Lacerda & Lacerda Advogados.
Por outro lado, o Brasil tem legislações estaduais que podem atrair mais, dependendo do setor, diz Mário Franco Jr., do escritório Martins, Chamon e Franco.
O I.R. é relativamente baixo em relação a outros custos, diz Roberto Haddad, da KPMG no Brasil.
"Embora os impostos não representem a maior parte dos custos, há grande variação nas despesas tributárias entre os países, o que pode ter importância maior que os demais na decisão de onde estabelecer o negócio."

DEPOIS DA COMPRA DO LEHMAN

O aumento do número de funcionários do Barclays no Brasil ilustra a expansão do banco no país: foi de cerca de 60 pessoas para 140 em dois anos e deve chegar a 200 até o final de 2010.
O presidente do Conselho do Barclays, Archie Cox, mostrou-se animado com o Brasil.
O crescimento no país, porém, segue, de certa forma, o avanço do banco, desde a compra do Lehman Brothers nos EUA, de acordo com Cox.
"Foi no auge dos problemas, em 2008", lembra.
"Com a aquisição, nos tornamos um banco global, o que nos deu toda a capacidade para atuar como banco de investimentos, no mercado de capitais e na área de fusões e aquisições", afirma.
A operação no Canadá cresce mais que a brasileira, "mas o foco do banco agora é no Brasil, exceto em algumas áreas."
O Barclays terá no país "serviços completos naquelas áreas e um banco de investimentos", segundo Cox, que esteve no Brasil na semana passada para se encontrar com membros do governo e grandes clientes da instituição.

NÚMEROS DO BARCLAYS

US$ 1,64 bi
Lucro no primeiro trimestre

29%
Crescimento no período

Corrupção 1 A participação de empresas brasileiras no exterior vem elevando a busca por consultoria em legislação anticorrupção internacional. De olho na demanda, a especialista Isabel Franco, sócia do Koury, Lopes Advogados, realiza dia 8, em parceria com a PricewaterhouseCoopers, o fórum "FCPA Desafios e tendências no combate à corrupção", sobre a lei americana.

Corrupção 2 A norma proíbe propinas a funcionários de governos estrangeiros, impõe multa de até US$ 2 milhões por infração e pode resultar na prisão de executivos e na perda do lucro obtido com a conduta. Segundo Franco, outros países já criaram leis similares, como o Reino Unido, que aprovou legislação sobre o assunto recentemente.

Pirata 1 Mais de 27 mil links para download completo de livros sem a autorização dos autores foram localizados na internet nos últimos oito meses. As editoras mais prejudicadas são Cia. das Letras, Saraiva, Record, LTC e GMT.

Pirata 2 O levantamento é da ABDR (Associação Brasileira de Direitos Reprográficos), em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros. A associação já retirou do ar, por meio de notificações extrajudiciais, 93% dos links ilegais disponíveis.

O QUE ESPERO DO NOVO PRESIDENTE
Marcelo Justo/Folhapress
Paulo Godoy,
presidente da Abdib


"Espero uma melhora da gestão do poder público. Temos de fazer uma reformulação grande no funcionamento do setor público, em geral. A ineficiência impede o Brasil de acelerar seu desenvolvimento. Às vezes, há recursos, mas algumas pastas não conseguem gastá-los por não ter como levar licitações adiante, por haver sobreposição de funções no Estado, entre outros problemas."

ZOOM NA MESA

A sala de Márcio Utsch é decorada com objetos que ele carrega há anos. Está lá, para lembrar que existem finais de semana, um antigo quadro de formigas que trocam folhas por pranchas quando o sábado se aproxima. Há também a miniatura de prancha, que ganhou do filho há 15 anos, e os bonecos "torcida da sorte", que recebeu da filha quando foi trabalhar na empresa em 1997. Ao lado desses, outros símbolos, como o gato chinês para atrair sorte e muitas sandálias, todas Havaianas.


com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FLÁVIA MARCONDES


Texto Anterior: Portos da BA já estão com demanda saturada
Próximo Texto: Vinicius Torres Freire: De mãos dadas e sujas
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.