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VAIVÉM
MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br
Copa do Mundo afeta consumo de carne suína
O bimestre junho-julho é
tradicional período de alta de
consumo de carne suína. Como faz todos os anos, o setor
se preparou para esses dois
meses, mas o consumo esperado não está ocorrendo.
"O mercado está fragilizado e em queda", diz Valdomiro Ferreira Júnior, presidente
da APCS (Associação Paulista de Criadores de Suínos).
Entre os motivos está a Copa do Mundo. "Nesse período, há uma mudança pontual de hábitos alimentares
da população, que privilegia
a carne bovina", diz ele.
"Ainda não conseguimos
quantificar isso, mas há uma
tendência de consumo maior
de carne bovina. Bares e restaurantes dão prioridade a
essa carne."
Enquanto a carne bovina
está com preços firmes nas
últimas semanas, a suína e a
de frango não conseguem valorização, afirma Ferreira.
Ontem, após 35 dias em
R$ 1,35 por quilo, o preço do
frango reagiu e foi a R$ 1,40.
Mas não é só a Copa que
afeta os preços da carne suína no momento. Ferreira diz
que a fraqueza de demanda
provoca redução de abates.
Além disso, os produtores
paulistas sofrem os efeitos de
"uma invasão de carne do
Sul", provocada pela queda
nas exportações.
Na avaliação da Bolsa paulista de suínos, a arroba está
em R$ 49,50 na porta dos frigoríficos, para pagamento
em 21 dias. Esse preço praticamente empata com os custos, que estão em R$ 48,75.
Esse diferencial mostra
margem bem menor do que a
de maio, quando chegava a
11,5%, segundo Ferreira.
O setor está de olho agora
no segundo semestre. Uma
reação das exportações pode
aquecer os preços.
Se as exportações não reagirem, os preços não se recuperam, porque sobrará carne
no mercado interno. Os animais para exportação já estão sendo "preparados" -o
ciclo da suinocultura é de pelo menos nove meses.
Renda maior O Valor
Bruto da Produção brasileira
de grãos deverá subir 25,6%
neste ano, segundo a consultoria Lafis. A alta continua
nos próximos anos, com o
VBP subindo 9,9% em 2011 e
7,9% no ano seguinte.
PIB agrícola O Produto
Interno Bruto da agropecuária cresce 5,7% neste ano,
tendência que deverá continuar nos próximos: 5,6% em
2011 e 5,5% em 2012.
Ainda melhor A recuperação mundial da economia servirá de impulso tanto
para os preços internos como
para os externos das commodities agrícolas. A melhora
nos preços permitirá crescimentos de 7,8% e de 7,0% na
produção nacional de grãos
em 2011 e 2012, segundo a
consultoria.
Oferta menor Os produtores de arroz estão colocando menos produto no
mercado. Eles acreditam que
a partir de agora o arroz deva
subir e render mais do que
outros ativos financeiros, segundo Valmir Brandalizze.
Área maior O plantio de
algodão adensado poderá
superar 10 mil hectares na
safra 2010/11 em Goiás. A estimativa é da Agopa (associação de produtores de Goiás),
que discutirá essa nova modalidade de plantio amanhã
em Montevidiu (GO).
Evolução Como ocorreu
na Bahia, a adoção do plantio adensado cresce aceleradamente em Goiás. Era de
apenas 1.400 hectares na safra 2008/9.
Sai de cena O minério de
ferro sai de cena da inflação e
as atenções se voltam para siderurgia e maquinário, que
tendem a repassar as altas do
ferro, mostra a consultoria
Rosenberg.
Com KARLA DOMINGUES
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