São Paulo, quarta-feira, 30 de junho de 2010

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br

Copa do Mundo afeta consumo de carne suína

O bimestre junho-julho é tradicional período de alta de consumo de carne suína. Como faz todos os anos, o setor se preparou para esses dois meses, mas o consumo esperado não está ocorrendo.
"O mercado está fragilizado e em queda", diz Valdomiro Ferreira Júnior, presidente da APCS (Associação Paulista de Criadores de Suínos).
Entre os motivos está a Copa do Mundo. "Nesse período, há uma mudança pontual de hábitos alimentares da população, que privilegia a carne bovina", diz ele.
"Ainda não conseguimos quantificar isso, mas há uma tendência de consumo maior de carne bovina. Bares e restaurantes dão prioridade a essa carne."
Enquanto a carne bovina está com preços firmes nas últimas semanas, a suína e a de frango não conseguem valorização, afirma Ferreira.
Ontem, após 35 dias em R$ 1,35 por quilo, o preço do frango reagiu e foi a R$ 1,40.
Mas não é só a Copa que afeta os preços da carne suína no momento. Ferreira diz que a fraqueza de demanda provoca redução de abates.
Além disso, os produtores paulistas sofrem os efeitos de "uma invasão de carne do Sul", provocada pela queda nas exportações.
Na avaliação da Bolsa paulista de suínos, a arroba está em R$ 49,50 na porta dos frigoríficos, para pagamento em 21 dias. Esse preço praticamente empata com os custos, que estão em R$ 48,75.
Esse diferencial mostra margem bem menor do que a de maio, quando chegava a 11,5%, segundo Ferreira.
O setor está de olho agora no segundo semestre. Uma reação das exportações pode aquecer os preços.
Se as exportações não reagirem, os preços não se recuperam, porque sobrará carne no mercado interno. Os animais para exportação já estão sendo "preparados" -o ciclo da suinocultura é de pelo menos nove meses.

Renda maior O Valor Bruto da Produção brasileira de grãos deverá subir 25,6% neste ano, segundo a consultoria Lafis. A alta continua nos próximos anos, com o VBP subindo 9,9% em 2011 e 7,9% no ano seguinte.

PIB agrícola O Produto Interno Bruto da agropecuária cresce 5,7% neste ano, tendência que deverá continuar nos próximos: 5,6% em 2011 e 5,5% em 2012.

Ainda melhor A recuperação mundial da economia servirá de impulso tanto para os preços internos como para os externos das commodities agrícolas. A melhora nos preços permitirá crescimentos de 7,8% e de 7,0% na produção nacional de grãos em 2011 e 2012, segundo a consultoria.

Oferta menor Os produtores de arroz estão colocando menos produto no mercado. Eles acreditam que a partir de agora o arroz deva subir e render mais do que outros ativos financeiros, segundo Valmir Brandalizze.

Área maior O plantio de algodão adensado poderá superar 10 mil hectares na safra 2010/11 em Goiás. A estimativa é da Agopa (associação de produtores de Goiás), que discutirá essa nova modalidade de plantio amanhã em Montevidiu (GO).

Evolução Como ocorreu na Bahia, a adoção do plantio adensado cresce aceleradamente em Goiás. Era de apenas 1.400 hectares na safra 2008/9.

Sai de cena O minério de ferro sai de cena da inflação e as atenções se voltam para siderurgia e maquinário, que tendem a repassar as altas do ferro, mostra a consultoria Rosenberg.

Com KARLA DOMINGUES



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