|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Para mercado, BC
não baixará juros em
2011 devido à inflação
Juro e preços mais altos significam maior custo de financiamento para o consumidor
EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
A decisão do Banco Central de promover uma alta
menor dos juros neste ano
vai dificultar o trabalho da
próxima administração para
segurar a inflação.
A expectativa do mercado
financeiro é que 2011 seja um
ano de alta dos juros e que,
somente a partir de 2012, a
equipe da presidente eleita,
Dilma Rousseff, poderá implantar uma política de redução mais agressiva das taxas.
O mercado já projeta uma
taxa básica acima de 12% no
próximo ano. Hoje, a Selic está em 10,75%.
As estimativas para inflação também estão distantes
do centro da meta de 4,5%. A
avaliação do mercado é que o
índice de preços fique próximo dos 6% neste ano e acima
de 5% em 2011.
Para o consumidor, essas
expectativas mais pessimistas significam reajustes
maiores de preços e aumento
no custo dos financiamentos, já que empresas e banco
se antecipam ao movimento
do BC em relação aos juros.
ALTA EM JANEIRO
O mercado espera que a taxa básica de juros volte a subir em abril, mas economistas dizem que uma alta ainda
no primeiro semestre seria
mais eficaz e abriria espaço
para que o BC voltasse a reduzir a taxa em 2012.
"Um aumento em janeiro
reforçaria a credibilidade no
início do mandato, como
aconteceu com o Lula em
2003, e provocaria uma queda nos juros mais longos. Isso possibilita reduzir a taxa
de novo mais na frente", diz
Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper Corretora.
De acordo com o economista, o mercado trabalhava
com uma inflação média de
0,3% ao mês até dezembro,
mas os números verificados
são praticamente o dobro.
Maristella Ansanelli, do
Banco Fibra, projeta um aumento dos juros para quase
13% ao ano no primeiro semestre. "Todos desejam uma
redução da taxa de juros real,
mas isso não será possível no
curto prazo. É preciso combater primeiro o problema inflacionário. Resolvendo isso,
no outro ano o BC pode voltar
a reduzir os juros."
Para os dois economistas,
o aumento dos juros pode ser
menor caso o novo governo
promova um corte maior dos
gastos previstos no Orçamento de 2011, o que reforçaria a credibilidade da nova
equipe econômica.
Texto Anterior: Sistema de meta não muda, afirma assessor de Dilma Próximo Texto: Sociais & Cia: Empresas exigem definições sobre o clima Índice | Comunicar Erros
|