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Sistema de meta não muda, afirma assessor de Dilma
Nelson Barbosa diz que declaração de Guido Mantega foi mal interpretada
"Controle da inflação é prioridade", declara o atual secretário de política econômica do Ministério da Fazenda
NEY HAYASHI DA CRUZ
DE BRASÍLIA
Um dos principais assessores da presidente eleita,
Dilma Rousseff, na área econômica, Nelson Barbosa negou ontem que o governo tenha planos de criar um novo
índice de preços que exclua
itens como alimentos da meta de inflação a ser perseguida pelo Banco Central.
"O sistema de metas funciona bem do jeito que está",
afirma Barbosa, que atualmente ocupa o cargo de secretário de política econômica do Ministério da Fazenda.
Ele defende que o cumprimento das metas de inflação
seja prioridade da política
econômica, com o Banco
Central agindo para elevar os
juros quando julgar que esse
objetivo pode não ser alcançado -mesmo que isso cause
impactos negativos no crescimento econômico ou na taxa de câmbio.
Para Barbosa, outras medidas podem ser usadas para
amenizar possíveis problemas causados por uma alta
nos juros.
No caso do câmbio, redução da carga tributária e investimentos maiores em pesquisa e inovação poderiam
ajudar a aumentar a competitividade de empresas brasileiras no exterior mesmo
num cenário de real mais valorizado.
Já o crescimento pode ser
estimulado por meio da política fiscal -ou seja, maiores
gastos públicos-, como
ocorreu nos últimos anos.
"NÚCLEO" DA INFLAÇÃO
A ideia de adotar um índice de preços expurgado de alguns itens -o "núcleo" da
inflação, no jargão dos economistas- se baseia na tese
de que, de tempos em tempos, esses indicadores são
afetados por choques extraordinários que não podem
ser combatidos com aumentos na taxa de juros.
Seria o caso, por exemplo,
de produtos negociados no
mercado internacional, como alimentos, que podem
subir repentinamente sem
que isso seja causado por
fatores ligados à economia
brasileira.
Segundo o secretário, o
uso de uma margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo
do centro da meta -hoje em
4,5%- já é suficiente para
absorver choques e fazer o
papel que poderia ser desempenhado pelos núcleos de
inflação.
Barbosa diz que essa opinião é compartilhada pelo
ministro da Fazenda, Guido
Mantega (que vai continuar
no cargo no próximo governo), que teria sido mal interpretado na semana passada
ao mencionar que o acompanhamento dos núcleos de inflação é importante, mas não
deve substituir o índice já
usado hoje como meta.
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