São Paulo, terça-feira, 30 de novembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Crédito pessoal caro faz juro ao consumidor subir

Custo médio de empréstimo a pessoa física sobe para 40,4% em outubro

Crédito segue em expansão e bate recorde de R$ 1,65 trilhão, o que corresponde a 47,2% do Produto Interno Bruto

DE BRASÍLIA

Os juros ao consumidor voltaram a subir em outubro, devido ao encarecimento no crédito pessoal. A liberação de empréstimos, no entanto, manteve o ritmo de expansão e bateu novos recordes.
Segundo o Banco Central, no mês passado o custo médio dos empréstimos a pessoas físicas subiu de 39,4% ao ano para 40,4% ao ano.
Parte da alta na taxa média, segundo a instituição, deve-se à queda na liberação de empréstimos consignados -do tipo descontado em folha de pagamento, que têm juros menores- por causa da greve bancária na primeira quinzena do mês.
Essa modalidade responde por um terço dos empréstimos a pessoas físicas e tem uma taxa de 26% ao ano.
Dados da instituição mostram, no entanto, que a taxa média das operações de crédito pessoal, excluindo o crédito consignado, também subiu, de 55,1% ao ano para 56,8% ao ano.
Houve ainda alta nos juros para aquisição de veículos e outros bens.
No caso das empresas, as taxas recuaram pela primeira vez desde fevereiro, puxadas pelas reduções em modalidades mais caras, como conta garantida e "hot money". No capital de giro, o juro subiu.
Ainda segundo o Banco Central, o total do crédito na economia chegou a R$ 1,65 trilhão no mês passado, o que representa 47,2% do PIB (Produto Interno Bruto). Os números são recordes.
Houve aumento de 1,9% no mês e de 20,3% em 12 meses. Mais uma vez, os destaques foram os empréstimos subsidiados, como crédito habitacional e financiamentos do BNDES.

CRÉDITO HABITACIONAL
O crédito habitacional, com recursos livres e direcionados, cresceu 3% no mês e 51% em 12 meses. Com isso, representa hoje 3,7% do PIB, ante 2,8% há 12 meses.
O crédito sem subsídio cresceu 1,6%, tanto para pessoa física como jurídica. Nesse segmento, o destaque foi o aumento dos empréstimos para aquisição de veículos.
Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, os números mostram que o crédito continua crescendo a taxas "razoáveis". Ele destaca os financiamentos a empresas, que procuram mais capital de giro nessa época do ano.
Dados parciais até o dia 17 passado mostram um crescimento no crédito de 2% para empresas e consumidores. Os juros ficaram estáveis nesse período.
(EDUARDO CUCOLO)


Texto Anterior: Pressão do setor privado será "ao vivo"
Próximo Texto: E eu com isso?: Juros chegam a 184,69% no cheque especial
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.