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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Bric vive conflito comercial e de articulação política
Um dos principais desafios do Bric é o conflito entre
o interesse em uma atuação
orquestrada em questões internacionais e a competição
comercial direta da China
com o Brasil, que afeta as exportações brasileiras para os
EUA e para a América Latina.
Dos 806 produtos que só o
Brasil exportava para os EUA
em 2002, só 193 continuaram
sendo exclusividade quatro
anos depois, enquanto 282
passaram a ser divididos com
a China e 161 ficaram só com
os chineses.
Os demais 170 ou não foram mais demandados pelos
EUA ou migraram para outras fontes fornecedoras.
Os dados são do estudo "A
Competitividade do Brasil e
da China no Mercado Norte-Americano: 2000-2008", de
Marina Filgueiras e Honório
Kume, que conclui que China
e Brasil aumentaram o número de produtos exportados aos EUA, mas com grande vantagem dos chineses.
O estudo faz parte do livro
"O Brasil e os Demais Brics-
Comércio e Política", editado
por Cepal e Ipea.
O Brasil também sofre com
a China nos países latinos.
Boa parte da competitividade do Brasil em relação à
Índia e à Rússia está na América Latina. É aí, porém, que o
país tem perdido mercado
para a China.
O livro também analisa a
articulação política do Brasil,
o único dos quatro países
que não é potência nuclear e
que não tem assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, diferentemente da China e da Índia. Pode
ser desvantagem, por ter menos poder de influência. Ou
vantagem, já que pega "carona" na influência dos outros
para alavancar a diplomacia.
ESTRELA DE BELÉM
José Olympio Pereira,
corresponsável pelo banco
de investimentos do Credit
Suisse, afirma que ainda
não será no segundo semestre que os IPOs (emissões iniciais de ações na
Bolsa de Valores) vão realmente deslanchar, como
espera muita gente no mercado, embora os números
já tenham melhorado muito (veja quadro).
Houve mais apetite para
emissões secundárias do
que para IPOs porque, em
momentos de crise, é mais
fácil comprar ações de empresas conhecidas, diz.
O banco observa a expansão de investimentos
de mercados emergentes,
inclusive da China, mas
ainda estão ausentes investidores com grande poder de fogo. "Faltam vir os
do Oriente Médio."
Nos eixos 1 A partir de
junho, uma van irá percorrer o município de Guarulhos (SP) para abordar microempreendedores que
atuam na informalidade.
Eles são estimados em 89
mil na cidade. O objetivo é
dar orientação para tirá-los
da situação irregular.
Nos eixos 2 Parceria do
Sebrae e da Secretaria de
Desenvolvimento Econômico local, a ação irá facilitar a
obtenção de CNPJ, que permitirá a abertura de conta
bancária, pedidos de empréstimos e emissão de notas fiscais. Também será feita a inclusão no Simples.
ENERGIA NA ÁFRICA
As obras de reconstrução após o terremoto que
atingiu o Chile ampliaram
a atuação da Poit Energia
-empresa brasileira de locação de geradores para
infraestrutura temporária- no país.
A empresa já trabalha
no país vizinho há quatro
anos, mas, nos últimos
meses, após a tragédia,
atingiu taxa de ocupação
máxima, segundo o fundador Wilson Poit. A companhia decidiu abrir nova
filial, em Concepción, e fazer mais investimentos para fornecer infraestrutura
temporária para as obras.
A Poit também acaba de
abrir um escritório de representação em Johannesburgo, para atuar em Angola, em Moçambique e na
África do Sul.
"A região tem hoje como
potenciais clientes as
grandes mineradoras, os
governos, as concessionárias de energia, os portos e
também as empreiteiras
brasileiras de grandes
obras", afirma Poit.
A empresa também está
na Argentina e no Peru.
GOVERNO MAPEIA INCENTIVOS NO EXTERIOR
O Ministério das Relações
Exteriores irá mapear os incentivos oferecidos na África
e na América Latina para auxiliar as empresas brasileiras
a identificarem oportunidades de investimentos.
Entre as vantagens notadas até agora pelo ministério,
antes da conclusão do levantamento (que será divulgado
em junho), estão renúncia
fiscal, desconto nos custos
de energia e isenção de tributos na aquisição de terrenos.
"Alguns países oferecem
vantagens para empresas
que mandam produtos semiacabados para serem finalizados, como camisetas sem
mangas, o que gera emprego
local", diz Norton Rapesta,
diretor do Departamento de
Promoção Comercial e Investimentos do ministério.
Na Colômbia, por exemplo, é possível conseguir incentivos tributários de acordo com o local escolhido, segundo Rapesta.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FLÁVIA MARCONDES
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