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Migração de empréstimo facilita a negociação
Portabilidade diminui custo para o devedor
MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO
Os juros do seu empréstimo estão salgados demais?
Então saiba que a portabilidade de crédito é uma alternativa importante para reduzir os custos com dívidas.
Além de possibilitar a migração do débito para outra
instituição com custos menores, ela é uma ferramenta eficaz para renegociar as taxas
que você está pagando.
A portabilidade permite
transferir créditos de bancos
ou financeiras para outros
sem custos tributários e de
transferência bancária.
Regulamentada desde
2006, aos poucos a operação
ganha volume. Foram 33.088
migrações neste mês, apenas
até o dia 26 -uma alta de
262% ante maio de 2009 e de
6,16% sobre abril deste ano.
Já os valores migrados
nesses 26 dias somam R$ 721
milhões, 58,81% a mais do
que os de abril e 343,87% acima de maio de 2009.
"Não é possível mensurar
o impacto total da portabilidade. Muitos não concretizam a migração pois, ao tentar, conseguem condições
melhores no seu banco", afirma o chefe do departamento
de Normas do Banco Central
(BC), Sérgio Odilon.
Para migrar uma dívida
para um banco com juros
menores, é preciso primeiro
que ele aceite quitá-la na instituição credora original.
Depois, o cliente deve procurar o banco atual para que
ele envie seus dados cadastrais para o novo financiador.
A instituição então avalia
o histórico do cliente para
confirmar a operação. Em caso positivo, o devedor passa
a pagar as parcelas para o novo banco, sob juros menores.
A portabilidade não implica cobrança de IOF, TED e taxa para liquidação antecipada. No financiamento imobiliário, custos com cartório
encarecem a migração.
Segundo Odilon, não há
prazo estipulado para que a
operação seja concretizada,
mas ela deve ser rápida.
"Se o banco demorar ou
criar dificuldades, o cliente
deve reclamar com a ouvidoria da própria instituição. Caso não funcione, deve procurar o BC e informar o número
de protocolo da queixa."
O chefe do departamento
do BC aconselha que, antes
de optar pela portabilidade,
o cliente preste atenção às tarifas cobradas no novo banco. Embora o juro do empréstimo seja menor, outros custos de correntista podem ser
mais altos e não compensar.
Odilon também lembra
que, ao conceder um empréstimo, todo banco é obrigado
a apresentar o CET (Custo
Efetivo Total), planilha com
todas as taxas, juros e tarifas
cobradas pelo crédito.
Ele adverte que a instituição não pode exigir que o
consumidor adquira outros
serviços para efetivar a portabilidade. Isso seria venda casada, proibida pelo Código
de Defesa do Consumidor.
O último levantamento do
Procon de São Paulo com os
maiores bancos do país mostra que a taxa para o empréstimo pessoal variava de
4,48% a 5,86% em maio.
O matemático José Dutra
Sobrinho analisa um exemplo de migração. Um empréstimo de R$ 10 mil financiado
em 24 meses por 5,86% sairia
por R$ 786,51 por mês. Após
um ano, o saldo devedor seria de R$ 6.644,90.
Se então o correntista migrasse para um banco com
taxa de 4,48%, o valor da
parcela cairia para R$ 727,89.
Economia total de R$ 703,44.
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