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ANÁLISE AGRONEGÓCIO
Se agenda estratégica prevalecer, citricultura só tem a ganhar
MAURÍCIO MENDES
ESPECIAL PARA A FOLHA
Há 26 câmaras setoriais e
seis temáticas abrigadas no
Ministério da Agricultura.
As câmaras setoriais têm
como objetivos principais
"encaminhar e acompanhar
o atendimento das demandas dos setores associados ao
agronegócio brasileiro" e
"promover o intercâmbio de
informações entre as câmaras setoriais e as câmaras temáticas".
A câmara da citricultura é
uma das setoriais. É dirigida
por Marco Antonio dos Santos, citricultor paulista e dirigente da Faesp.
Citricultores, indústria,
entidades de pesquisa, secretarias de Agricultura de Estados produtores de citros, viveiristas e consultores também estão representados.
Discute-se na câmara tudo
aquilo que é de interesse do
setor: das questões sanitárias
à importação de frutas; da relação entre produtores e indústria ao endividamento
agrícola. A ideia é que os temas sejam debatidos em um
ambiente multilateral e depois endereçados às entidades competentes.
O Mapa indica os caminhos pelos quais as solicitações devem ser dirigidas, facilitando a tramitação e respaldando as reivindicações.
As questões muitas vezes
são pontuais, como uma advertência à não importação
de frutos de países que apresentem doenças não existentes no Brasil, ou a indicação
da necessidade de se criar
uma instrução normativa para o "greening".
Entretanto, os setores careciam de uma organização
maior, uma identificação
mais objetiva das ações conjunturais, questões mais
pontuais, que pedem resolução mais rápida e de outras
mais estratégicas de atendimento de longo prazo.
Pensando nisso, a coordenação dos comitês, dirigida
por Aguinaldo José de Lima,
propôs que se criassem grupos de trabalho nas câmaras
setoriais para a formulação
de agendas estratégicas.
No caso da câmara da citricultura, os trabalhos estratégicos do grupo iniciaram-se
há cerca de um ano e devem
chegar ao seu documento final nos próximos meses.
São 12 grandes temas que
foram eleitos: estatística, que
envolve levantamento de safras e de todas as informações sobre o parque citrícola,
agrícola e industrial; PD&I
(pesquisa, desenvolvimento
e inovação); capacitação e
extensão; defesa agrícola,
com plano de combate ao
"greening", convênios de Estados com a Federação, criação de centro quarentenário
etc.; marketing e promoção;
gestão de qualidade; crédito;
seguro; governança da cadeia produtiva; legislação;
comercialização e, finalmente, frutas frescas.
O grupo definirá agora as
formas e coordenação das
ações, além de fixar prazos
para elas acontecerem.
No momento em que a citricultura passa por turbulência, já que há problemas
na oferta de laranjas e no
consumo de suco, um trabalho de cunho estratégico e
concebido por todos os segmentos vem em boa hora.
É preciso, no entanto, que
as intenções celebradas nas
mesas de reuniões sejam de
fato executadas. Há que se
conferir se quem vai vencer
será o altruísmo setorial ou a
miopia unilateral.
MAURÍCIO MENDES é CEO da AgraFNP,
consultor do Grupo de Consultores em
Citros e presidente da ABMR&A.
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