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Bebida "saudável" tem peso minoritário
Venda de chás, sucos e água no Brasil está atrás da de países ricos, onde cerveja e refrigerante estão estagnados
Categoria de suco 100% natural sem açúcar, que tem maior valor, se resume a água de coco no país, diz consultor
DE SÃO PAULO
Bebidas saudáveis, como
isotônicos e sucos naturais,
ainda têm um peso pequeno
no mercado nacional, embora estejam crescendo a taxas
bastante altas.
Isotônicos acumulam alta
de 16,4% de janeiro a agosto
deste ano ante igual período
do ano passado, e bebidas
com soja, 18,8%. Os dados
são da consultoria Nielsen.
A categoria de refrigerantes, que cresceu 9,9% no período, ainda representa 50%
do mercado de bebidas envasadas não alcoólicas.
Nos Estados Unidos e na
Europa, onde o mercado de
cerveja e refrigerante está estagnado -ou encolhe- há
quase uma década, a expansão se concentra em bebidas
"saudáveis".
Essas bebidas -como
águas aromatizadas, energéticos, sucos orgânicos ou
produzidos localmente-
possuem maior valor agregado e já contam com um volume de vendas expressivo.
No Brasil, além de volumes pequenos, essas novas
categorias não são tão saudáveis e possuem baixo valor
agregado.
"O mercado de sucos no
Brasil é de baixa qualidade",
diz Marcel Motta, da Euromonitor. "A categoria de suco
natural 100% sem açúcar, no
Brasil, resume-se basicamente a água de coco."
Parte da explicação vem
do preço. Sucos e refrescos à
base de néctar ou artificiais
são mais baratos. "O consumidor brasileiro ainda não
tem a percepção de qualidade de alguns produtos", diz.
O analista acredita que o
mercado de cervejas e refrigerantes no país conta ainda
com pelo menos uma década
de forte crescimento, sobretudo devido à demanda reprimida da população, que
agora está vendo seu poder
de compra aumentar.
O levantamento da Nielsen mostra que as vendas de
bebidas não alcoólicas e também as de cerveja crescem a
taxas superiores às das demais categorias de produtos
industrializados à venda em
supermercados do país.
A venda de cerveja acumula alta de 13,6% de janeiro a
agosto deste ano. A de bebidas não alcoólicas, 10,2%.
A média de crescimento
considerando todas as categorias pesquisadas pela Nielsen é de 6,2% no período.
O levantamento inclui produtos de higiene e beleza,
limpeza, mercearia e demais
bebidas.
DESAFIOS
Altas taxas de crescimento
geram alguns problemas. Como a indústria de lata não
consegue suprir a demanda,
as empresas passaram a importar. E a embalagem de vidro, que ganhou nova cara
com os litrões, também já está perto do limite.
(MB)
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