São Paulo, domingo, 31 de outubro de 2010

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Bebida "saudável" tem peso minoritário

Venda de chás, sucos e água no Brasil está atrás da de países ricos, onde cerveja e refrigerante estão estagnados

Categoria de suco 100% natural sem açúcar, que tem maior valor, se resume a água de coco no país, diz consultor

DE SÃO PAULO

Bebidas saudáveis, como isotônicos e sucos naturais, ainda têm um peso pequeno no mercado nacional, embora estejam crescendo a taxas bastante altas.
Isotônicos acumulam alta de 16,4% de janeiro a agosto deste ano ante igual período do ano passado, e bebidas com soja, 18,8%. Os dados são da consultoria Nielsen.
A categoria de refrigerantes, que cresceu 9,9% no período, ainda representa 50% do mercado de bebidas envasadas não alcoólicas.
Nos Estados Unidos e na Europa, onde o mercado de cerveja e refrigerante está estagnado -ou encolhe- há quase uma década, a expansão se concentra em bebidas "saudáveis".
Essas bebidas -como águas aromatizadas, energéticos, sucos orgânicos ou produzidos localmente- possuem maior valor agregado e já contam com um volume de vendas expressivo.
No Brasil, além de volumes pequenos, essas novas categorias não são tão saudáveis e possuem baixo valor agregado.
"O mercado de sucos no Brasil é de baixa qualidade", diz Marcel Motta, da Euromonitor. "A categoria de suco natural 100% sem açúcar, no Brasil, resume-se basicamente a água de coco."
Parte da explicação vem do preço. Sucos e refrescos à base de néctar ou artificiais são mais baratos. "O consumidor brasileiro ainda não tem a percepção de qualidade de alguns produtos", diz.
O analista acredita que o mercado de cervejas e refrigerantes no país conta ainda com pelo menos uma década de forte crescimento, sobretudo devido à demanda reprimida da população, que agora está vendo seu poder de compra aumentar.
O levantamento da Nielsen mostra que as vendas de bebidas não alcoólicas e também as de cerveja crescem a taxas superiores às das demais categorias de produtos industrializados à venda em supermercados do país.
A venda de cerveja acumula alta de 13,6% de janeiro a agosto deste ano. A de bebidas não alcoólicas, 10,2%.
A média de crescimento considerando todas as categorias pesquisadas pela Nielsen é de 6,2% no período.
O levantamento inclui produtos de higiene e beleza, limpeza, mercearia e demais bebidas.

DESAFIOS
Altas taxas de crescimento geram alguns problemas. Como a indústria de lata não consegue suprir a demanda, as empresas passaram a importar. E a embalagem de vidro, que ganhou nova cara com os litrões, também já está perto do limite. (MB)


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