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Brasil se abstém em voto contra Irã na ONU

Para Itamaraty, faltou 'equilíbrio' em relatório

VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK

A diplomacia da presidente Dilma Rousseff se absteve ontem, na Assembleia Geral da ONU, da votação de um relatório que condena o Irã por violações dos direitos humanos. O documento recebeu 86 votos favoráveis, 32 contrários e 59 abstenções.

Segundo o relatório, o país tem sido palco de um aumento dramático nas execuções, de violência contra mulheres, discriminação contra minorias e uso de tortura.

Desde 2000, o Brasil se absteve em todas as votações de relatórios contra o desrespeito a direitos pelo Irã, com uma exceção, em 2003.

Ao justificar a abstenção ontem, o governo brasileiro disse que o relatório deveria ter fornecido um "relato mais equilibrado da situação". Para representantes brasileiros, a ONU deveria reconhecer medidas positivas do Irã em áreas como a educação.

Desde o governo Lula, o Brasil tem adotado uma política de abstenção contra países acusados de violações dos direitos humanos. Além de discordar dos relatórios, o Itamaraty alega que o melhor fórum para debater a questão é o Conselho de Direitos Humanos, em Genebra (Suíça), e não órgãos nos EUA.

A ONG Conectas, de São Paulo, criticou a posição brasileira e afirmou que a abstenção contradiz declarações de Dilma sobre o tratamento das mulheres no país persa.

Em entrevista ao "Washington Post", a presidente disse que se sentiria desconfortável em não falar contra os apedrejamentos no Irã.

O Brasil também se absteve ontem em condenações a Mianmar, fato igualmente criticado pela ONG, que viu como ponto positivo a decisão brasileira de apoiar relatório contra a Coreia do Norte por não cooperar com a ONU.

SANÇÕES AO IRÃ

Ontem, a Casa Branca, o Reino Unido e o Canadá anunciaram novas sanções ao Irã. As medidas, que atingem principalmente os bancos e o setor petroquímico, têm objetivo de enfraquecer o programa nuclear iraniano.

Há poucos dias, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) adotou uma resolução contra o Irã por conta do programa nuclear desenvolvido no país.

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