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Brasil vota contra Síria na ONU e pede fim de violência do regime

Resolução contra Bashar Assad sai no dia em que oposição divulga mais 20 mortes no país

Premiê turco diz que "lutar contra seu povo até a morte não é heroísmo" e pede a renúncia do ditador

DE NOVA YORK
Reuters
Manifestantes pró-democracia fazem ato em Homs, carregando cartazes em que se lê "liberdade para os estudantes presos nos cárceres de Assad"
Manifestantes pró-democracia fazem ato em Homs, carregando cartazes em que se lê "liberdade para os estudantes presos nos cárceres de Assad"

A ONU aprovou ontem documento condenando violações aos direitos humanos na Síria e pedindo o fim da violência contra opositores de Bashar Assad. O Brasil votou a favor da resolução.

O relatório foi votado na Terceira Comissão da Assembleia Geral, responsável por questões sociais, humanitárias e culturais, e recebeu 122 votos favoráveis, 13 contrários e 41 abstenções.

A comissão pediu colaboração da Síria com a Liga Árabe (grupo de 22 países).

A condenação do país na ONU ocorreu no mesmo dia em que opositores divulgaram a morte de cerca de 20 pessoas pelo aparato de segurança do governo, incluindo cinco crianças.

O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos já havia se manifestado sobre a violência no país, apontando "alegações de crimes contra a humanidade".

A ONU estima que, desde março, morreram mais de 3.500 pessoas no país.

Carta publicada por um conjunto de entidades defensoras dos direitos humanos destaca que a Síria não cumpriu o compromisso firmado em novembro de cessar a violência, libertar prisioneiros e dar acesso a jornalistas independentes e monitores de direitos humanos.

A carta é assinada por aproximadamente 15 entidades, entre elas a Anistia Internacional e o Repórteres sem Fronteiras.

A falta de colaboração da Síria foi um dos motivos que levaram o Brasil a apoiar o relatório. O brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, que lidera comissão de inquérito do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas responsável por averiguar violações na Síria, enfrentou resistência para obter autorização de entrada no país.

A atitude brasileira foi elogiada por ONGs dedicadas à questão, entre elas a Campanha Internacional por Direitos Humanos no Irã, que havia criticado no dia anterior a abstenção do Brasil na votação de um relatório condenando o Irã. "É importante que países como o Brasil se posicionem sobre o que está acontecendo na Síria", disse o diretor Hadi Ghaemi.

Em comunicado divulgado ontem, a França comemorou a aprovação do relatório.

TURQUIA

Ontem, o primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, fez sua primeira declaração direta pedindo que Bashar Assad renuncie. "Lutar contra seu povo até a morte não é heroísmo", afirmou o premiê. (VERENA FORNETTI)

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