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Cresce 9% nos EUA total de brasileiros deportados no ano

Estados americanos têm aprovado medidas mais duras para conter a imigração do que as do governo federal

As remoções para o Brasil passaram de 3.321 para 3.634 casos, atingindo o maior nível da série desde 2008

VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK

As deportações de imigrantes brasileiros dos Estados Unidos cresceram 9,42% em 2011, ano em que o governo americano bateu recorde na expulsão de estrangeiros.

Segundo dados do ICE, órgão de imigração e alfândega ligado ao Departamento de Segurança Nacional, as deportações totais fecharam o ano fiscal (outubro a setembro) em 396.906, com aumento de 1,03% ante o período anterior. Foi o patamar mais alto desde o início da série histórica, em 2001.

As remoções para o Brasil passaram de 3.321 para 3.634, o maior nível desde 2008.

O ICE diz que 90% de todas as deportações feitas neste ano se enquadram nas categorias consideradas prioritárias: pessoas sob acusação criminal, suspeitos de ameaçar a segurança nacional, pessoas que cruzaram a fronteira recentemente, fugitivos ou reincidentes na violação de leis imigratórias.

"O aumento nas deportações na última década é testemunha do foco do ICE na aplicação sensata e eficaz das leis de imigração", diz Luis Martinez, porta-voz do órgão.

Entre os acusados criminalmente (216.698), infrações ligada às drogas são motivo mais frequente para expulsão (21%), seguido de episódios relacionados à condução de veículos (17%).

Sobre o aumento nas deportações para o Brasil, Martinez afirma que "o país de origem dos imigrantes deportados não é significativo para as decisões".

ENDURECIMENTO

Para o padre Amarilho Checon, que liderou comunidades brasileiras católicas nos Estados Unidos por 18 anos, há retrocesso na política de imigração americana.

Ele diz que os Estados americanos têm aprovado medidas mais duras para a imigração do que as do governo federal, o que ampliou o poder das polícias estaduais. Isso explicaria por que muitos são detidos ao dirigir.

A pesquisadora Doris Meissner, do Instituto para Políticas Migratórias, em Washington, diz que desde o 11 de Setembro, dia do maior ataque terrorista aos EUA, a política de imigração endureceu.

"De forma constante e dramática, o Congresso tem aumentado o financiamento para as deportações, em um esforço para endurecer a aplicação das leis de imigração", afirma a estudiosa.

Neste ano, o presidente Barack Obama declarou que o seu governo privilegiaria a deportação em casos envolvendo crimes e de ameaça à segurança, afrouxando o cerco aos imigrantes considerados de baixa prioridade.

Na semana passada, o governo reafirmou a política e comunicou que iniciará uma revisão dos processos de deportação para acelerar a expulsão de pessoas condenadas e interromper os processos dos imigrantes que não têm fichas criminais.

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