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Oficial da Marinha é aposentado e acusa Cristina de perseguição

Mulher do militar havia interrompido discurso da presidente

SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES

O capitão de fragata Marcelo Toulemonde, 51, e sua mulher, Mónica Liberatori, 50, acusam o Ministério da Defesa argentino de reformar o oficial porque ela gritou para a presidente Cristina Kirchner durante uma cerimônia militar, em Buenos Aires.

A repercussão do caso fez a oposição pedir explicações ao ministro Arturo Puricelli, que nada declarou.

O incidente ocorreu em dezembro de 2007. O casal assistia à formatura de um grupo de oficiais da Marinha.

Cristina fez um discurso em que dizia que, nos anos de 1970, as Forças Armadas haviam usado as armas contra a população.

Liberatori gritou: "Larrabure", nome de um militar que foi morto em 1975 pela organização guerrilheira Exército Revolucionário do Povo (ERP).

"Não me contive. Ela estava jogando a culpa dos crimes dos anos 70 num grupo de jovens que não têm nada a ver", contou à Folha.

Toulemonde recebeu uma suspensão de sete dias por "não controlar a sua senhora esposa", segundo documento do Ministério da Defesa. Seguiu-se o congelamento de uma promoção do oficial.

Ele procurou saber durante meses o que estava acontecendo no Ministério da Defesa, mas o órgão decidiu anunciar sua aposentadoria nesta semana.

"Eles o acusam de desobediência, mas Marcelo apenas buscava informação", diz Mónica. A pasta não se manifestou sobre o caso.

Famílias de vítimas mortas por guerrilheiros que agiram durante a ditadura (1976-1983) se queixam de que os assassinos de seus parentes não são julgados.

O caso Larrabure é o mais famoso. O militar foi capturado pelo ERP em 1974, ainda em regime democrático, e passou 372 dias sendo torturado até ser morto. O caso foi reaberto em 2007.

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