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Otan mata 28 militares paquistaneses

Premiê vê 'afronta à soberania'; aliança ocidental pediu desculpas e afirmou que vai investigar natureza do incidente

Paquistão dá ultimato para EUA se retirarem de base no país; relação está estremecida desde a morte de Bin Laden

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um ataque realizado na madrugada de ontem pela Otan (aliança militar ocidental) com helicópteros matou 28 militares paquistaneses e deixou 14 feridos, em uma ação na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão.

Como retaliação, o Paquistão interceptou 40 veículos da Otan carregados com suprimentos que se dirigiam ao Afeganistão e deu ultimato de 15 dias para os EUA -integrantes da aliança- desocuparem a base aérea de Shamsi (norte), da qual partem aviões não-tripulados americanos para o país vizinho.

Islamabad também disse que vai reavaliar todos os acordos com a Otan e os EUA.

"[O ataque] é uma afronta à soberania paquistanesa. E não permitiremos que nada a afete", disse o premiê do país, Yusuf Raza Gilani.

A rota de suprimentos por terra pelo Paquistão é responsável por mais da metade das provisões não bélicas que a aliança recebe na região.

A ofensiva acontece no momento em que as relações entre os EUA e seu aliado Paquistão estão estremecidas pela morte do terrorista Osama bin Laden, numa ação de forças americanas em território paquistanês, em maio.

O chefe das Forças Armadas, general Ashfaq Pervez Kayani, disse em um discurso que os militares paquistaneses farão "todo o possível para responder a esse ataque irresponsável".

FRONTEIRA IMPRECISA

Localizados em colinas próximas à fronteira afegã, os dois postos militares atingidos são dedicados a combater o grupo extremista islâmico Taleban. Militares realizam um esforço para tentar transferir corpos e feridos.

O incidente pode ser uma consequência da falta de precisão nos limites entre as duas fronteiras.

A Força Internacional de Segurança da Otan, em Cabul (Afeganistão), disse que a coalizão tem conhecimento do incidente e está investigando sua "natureza" em busca de informações.

O comandante das forças da Otan no Paquistão, general John R. Allen, ofereceu suas condolências às famílias paquistanesas envolvidas no ataque.

O embaixador dos EUA em Islamabad, Cameron Munter, afirmou que seu governo trabalhará com o Paquistão na investigação do caso.

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