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Análise

Ação coordenada de BCs não é solução mágica

Medida vai perder força se não forem adotadas respostas mais pesadas contra crise da dívida soberana europeia

DO “FINANCIAL TIMES”

EFEITO PODE SER CURTO SE NÃO FOREM TOMADAS MEDIDAS MAIS CONTUNDENTES PARA RESPALDAR GOVERNOS ENDIVIDADOS DA ZONA DO EURO

Obrigado, Ben Bernanke e companhia limitada. Foi essa a reação inequívoca de investidores ontem, depois da intervenção conjunta dos grandes bancos centrais.

Horas antes, estrategistas financeiros estavam ruminando sobre o impacto de uma onda de rebaixamentos de classificações de bancos feita pela Standard & Poor's.

Os que ainda esperavam uma recuperação dos mercados no fim do ano, após um novembro fraco, estavam, em sua maioria, perdendo confiança na capacidade dos políticos e banqueiros centrais de resolver a crise da dívida soberana da Europa.

Embora esteja longe de representar uma solução mágica -a ação dos BCs visa evitar uma contração de crédito para os bancos comerciais da zona do euro, e não tanto combater as causas da crise-, o efeito foi poderoso.

As ações americanas e europeias, já reforçadas pela decisão tomada pela China de afrouxar sua política monetária, tiveram forte alta.

Os maiores bancos e instituições financeiras da França, como BNP Paribas, Société Générale e Crédit Agricole, tiveram ganhos fortes.

Uma razão pela qual foi tão forte o efeito sobre as participações acionárias e outros ativos de risco, incluindo o euro e as commodities, é que poucos previam que os bancos centrais pudessem tomar uma atitude.

Contudo, a visão dos mercados é que, embora a medida dos bancos centrais tenha sido positiva, serão necessários passos maiores.

Os gerentes de fundos dizem que a "união pelo resgate" pode deixar de ter efeito em pouco tempo se os responsáveis políticos, e em especial o Banco Central Europeu, não tomarem medidas mais contundentes para respaldar os governos endividados da zona do euro.

Com a ausência de medidas definitivas nos últimos dois anos, a cautela acaba predominando, na ausência de uma resposta mais abrangente, e a medida de ontem comprou para o mercado uma brecha de cerca de uma semana.

Tradução de CLARA ALLAIN

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