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Ação conjunta dos BCs não basta, diz diretora do FMI

Em Brasília, Lagarde elogia plano para salvar bancos, mas vê insuficiências

Francesa diz ainda que o Brasil está mais bem protegido do que outros para suportar os efeitos da crise internacional

LORENNA RODRIGUES
SHEILA D´AMORIM
priscilla oliveira
DE BRASÍLIA

A diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Nacional), Christine Lagarde, disse ontem que a ação coordenada de bancos centrais dos países desenvolvidos é bem-vista pelo Fundo, mas não o suficiente para fazer frente às dificuldades econômicas.

Anteontem, as autoridades monetárias dos EUA, do Reino Unido, da Suíça, do Japão, do Canadá e o Banco Central Europeu anunciaram medidas para aumentar a liquidez dos mercados, com a redução das taxas para a troca de moeda entre os países.

"Notamos que esse tipo de ação produz efeitos imediatos. É uma iniciativa positiva, mas não é a única necessária", afirmou ela, em Brasília, durante visita oficial.

Para Guido Mantega (Fazenda), a medida é importante porque o mercado de crédito europeu está "seco". "Foi oportuno, mas também é um sinal de que a situação ficou mais complicada", afirmou.

Além de Mantega, Lagarde reuniu-se ontem com a presidente Dilma Rousseff e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

No início da tarde, Lagarde e Mantega mostraram-se preocupados com a possibilidade de contaminação de outros países com a crise da zona do euro, principalmente os emergentes.

Segundo o ministro brasileiro, algumas economias já enfrentam problemas de fuga de capitais, mas o Brasil ainda não foi afetado.

"Nenhum país pode estar imune, mas alguns países estarão mais bem protegidos por seus fundamentos econômicos. É claramente o caso do Brasil", completou Lagarde.

A visita da dirigente do FMI não avançou em direção a medidas concretas do Fundo com a participação de economias emergentes.

Mantega reafirmou que o Brasil está preparado para apoiar o FMI, mas com condições: quer primeiro que europeus e norte-americanos também colaborem com o Fundo e exige, ainda, garantia de um avanço nas reformas das cotas da instituição para dar mais poder aos emergentes.

Lagarde disse acreditar que os emergentes ajudarão o Fundo no momento certo, mas que o "timing" da ação e o montante de dinheiro que será aportado ainda não foram definidos.

"O FMI está pronto para fazer o que for requisitado e irá encarar suas responsabilidades", disse.

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