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Desemprego recua nos EUA e traz raro alento para Obama

Taxa de desocupação cai de 9% em outubro para 8,6% em novembro, o nível mais baixo desde março de 2009

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

O índice de desemprego nos EUA surpreendeu e recuou em novembro para seu menor nível desde março de 2009: 8,6%, uma queda de 0,4 ponto percentual em relação a outubro, informou o Departamento do Trabalho.

Apesar da criação de vagas relativamente modesta, 120 mil postos, esta é a primeira vez desde março que o desemprego cede abaixo do patamar psicológico dos 9%.

O movimento pode beneficiar o presidente Barack Obama em sua tentativa de reeleição em 2012.

Economia e emprego são, segundo pesquisas, as principais preocupações dos americanos e o foco da campanha eleitoral.

O crescimento, porém, é só no setor privado, que criou 140 mil vagas no mês passado puxado pelo bom desempenho do setor de varejo, onde foram abertos quase 50 mil novos postos.

O movimento reflete o lento mas contínuo reaquecimento do consumo doméstico, embalado por uma ligeira melhora da confiança em relação à economia iniciada em agosto e pelas festas de fim de ano. A maioria das vagas foi aberta em lojas de roupas e eletrônicos.

Os setores de lazer e turismo, serviços e cuidados médicos também se expandiram, mas a construção civil continua a demitir, com 12 mil vagas cortadas no mês.

A indústria mal oscilou. Já os empregos públicos -federais, estaduais e municipais- também seguem diminuindo, o que deve se acentuar com uma nova rodada de cortes no Orçamento no ano que vem. Em novembro, foram fechados 20 mil postos.

REVISÃO

Outra razão para a melhora do índice foram as revisões dos dados de setembro e outubro, quando foram criadas, respectivamente 52 mil e 20 mil vagas a mais do que se pensava.

O otimismo, ainda que tênue, se reflete também na diminuição das pessoas que desistem de procurar emprego desanimadas com a economia. Em novembro último, elas eram 1,1 milhão, 186 mil a menos do que em 2010.

A população economicamente ativa, porém, diminuiu 0,2 ponto percentual.

Apesar da melhora gradual, o índice continua bem acima do que no início da crise. Em janeiro de 2008, os desempregados eram 5% da população economicamente ativa. Hoje, a 8,6%, são 13,3 milhões de pessoas.

O problema continua atingindo de maneira desigual a população americana: o desemprego é pior entre os jovens (23,7%) e entre os negros (15,5%).

Para os adolescentes negros, chega a 39,6%, enquanto entre as mulheres brancas adultas é de 6,9%.

Além disso, a falta de trabalho pode se tornar um problema ainda maior no ano que vem: não há, ainda, nenhum acordo no Congresso dos EUA para renovar os estímulos à contratação nem prorrogar a extensão do seguro desemprego de 26 para 99 semanas, ambos com expiração no fim do mês.

Segundo o Departamento do Trabalho, 5,7 milhões de pessoas nos EUA estão desempregadas há mais de 27 semanas. Isso significa 43% do total.

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