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Análise

Até que a queda se consolide, presidente não deve comemorar

Parte da queda pode ser creditada à criação de empregos voláteis para o feriado do dia de Ação de Graças

PATRÍCIA CAMPOS MELLO
DE SÃO PAULO

Presidente Obama, ainda não está na hora de tirar o champanhe da geladeira. As notícias no front dos empregos são boas, mas não o suficiente para salvar a sua reeleição em 2012. Pelo menos não ainda.

A redução na taxa de desemprego americana -de 9% para 8,6% no mês de novembro- precisa ser examinada de perto.

O desemprego caiu porque parte dos americanos conseguiu se recolocar, mas também porque 315 mil pessoas deixaram a força de trabalho em novembro.

Só são incluídos nos números de desempregados aqueles americanos que não têm emprego, estão disponíveis para trabalhar e procuraram ativamente uma vaga nas quatro semanas anteriores.

Se você desiste de procurar emprego, por exemplo, não mais entra nessa estatística. Só que quando os desistentes resolverem procurar emprego de novo, eles voltarão a engrossar a estatística dos desempregados.

Portanto, o desemprego caiu, em parte, porque 315 mil pessoas se desesperaram e desistiram de procurar emprego, resolveram voltar a estudar ou ser mães ou pais em tempo integral -não exatamente uma notícia boa.

Com isso, a população economicamente ativa caiu de 64,2% para 64%, nível raramente visto desde os anos 80.

O outro aspecto da notícia, a geração de 120 mil empregos em novembro, ainda está bem abaixo do nível considerado compatível com uma economia saudável. E parte disso pode ser creditado à criação de voláteis empregos no varejo, para o feriado do dia de Ação de Graças.

Portanto, ainda não é hora de comemorar. Mas apesar de todos os senões, "podemos estar vendo uma luz no fim do túnel", como disse Robert Reich, ex-secretário do Trabalho no governo Clinton. Houve revisões para cima do número de vagas criadas nos últimos meses, por exemplo.

E o grande teste será a resiliência desses números. O importante é confirmar a tendência. Em março, o governo Obama soltou rojões quando o desemprego caiu para 8,8%, mas o índice voltou para os 9,1% dois meses depois.

Se, desta vez, as quedas no desemprego se mostrarem consistentes, mantendo-se mês após mês, mesmo uma redução pequena na taxa poderia ser usada para energizar a campanha de Obama.

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