Visita de papa à ilha põe em xeque relação com regime

O papa Bento 16 visitará Cuba em 2012 e já se sabe que transcorrerá em um clima diferente da de João Paulo 2º, em 1998.

Ambas têm o carimbo de históricas, mas por motivos diversos.

João Paulo 2º foi o primeiro papa a visitar a ilha, o que foi encarado como um gesto de afirmação da fé católica em um ambiente nada receptivo.

Agora, com Bento 16, a visita se antecipa como histórica porque deverá acontecer em meio a boas relações, ou de relações "civilizadas", como preferem alguns analistas, com o regime comunista.

A igreja negociou a libertação de 52 dissidentes e parece sentir-se em condições de combinar à visita do papa com maior pressão em favor de uma transição democrática.

Mas as boas relações conseguirão avançar? É uma incógnita em meio a sintomas de militarização. O general Álvaro Lopez Mera, 68, assumiu o cargo de vice-ministro da Defesa conservando o de chefe das Forças Armadas. Ele supervisiona o aparato econômico em mãos de militares e é citado como provável sucessor de Raúl.