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Sem pacote, Itália viraria a Grécia, diz Monti

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, afirmou que, sem o pacote de austeridade apresentado anteontem por seu governo, o país corre o risco de virar a Grécia.

"Sem esse pacote, nós acreditamos que a Itália vai se tornar a Grécia, um país pelo qual temos enorme simpatia, mas que não queremos nos tornar", afirmou Monti a jornalistas antes de apresentar o plano ao Parlamento.

A proposta prevê a economia de € 30 bilhões (1,9% do PIB italiano) com o aumento da idade de aposentadoria, elevação de impostos, cortes dos gastos públicos e venda de imóveis do governo.

Desse dinheiro, € 20 bilhões serão usados para reduzir a dívida pública, e o restante, em medidas para estimular a economia.

O pacote é o primeiro apresentado por Monti desde que assumiu o poder em 16 de novembro com a promessa de colocar as contas públicas italianas em dia.

As medidas já entraram em vigor, mas precisam da aprovação do Parlamento em um prazo de 60 dias para que continue a valer. Os principais sindicatos se mostraram contra a proposta, assim como a Liga do Norte, único dos grandes partidos que faz oposição a Monti no Parlamento.

A proposta tem o desafio de reduzir a dívida pública, que chegou a 121% do PIB no segundo trimestre (a segunda maior da zona do euro, atrás só da Grécia), e recuperar a confiança dos investidores nos títulos do país.

"Se a Itália não for capaz de reverter a espiral negativa de crescimento da dívida e restaurar a confiança dos mercados internacionais, haverá consequências dramáticas, podendo colocar em risco até mesmo a sobrevivência do euro", disse Monti.

Pelo menos ontem, os investidores se mostraram mais otimistas com o futuro do país. Eles exigiram retorno de 5,95% para comprar os títulos de dez anos, um valor alto, porém abaixo dos 6,68% cobrados na sexta-feira.

A Bolsa italiana reagiu com confiança, com alta de 2,9%.

A Irlanda, que teve que recorrer à ajuda internacional em 2010, anunciou novas medidas para reduzir o deficit: € 2,2 bilhões em cortes de gastos em setores como educação foram divulgados ontem. Hoje, o governo deve apresentar aumento de impostos para arrecadar € 1,6 bilhão.

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