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Agência ameaça rebaixar notas de crédito de 15 países da zona do euro

Decisão deve sair 'o mais rápido possível' e é reflexo da piora do cenário econômico do bloco

Até mesmo a Alemanha, a economia mais poderosa da Europa, corre o risco de perder classificação "AAA"

Pier Paolo Cito/Associated Press
O premiê italiano, Mario Monti; apesar de novo pacote, país pode ter nota rebaixada
O premiê italiano, Mario Monti; apesar de novo pacote, país pode ter nota rebaixada

DE SÃO PAULO

No início de uma das semanas mais importantes da história da zona do euro, a agência Standard & Poor's (S&P) divulgou que pode rebaixar a nota da dívida de 15 dos 17 países do bloco.

Até mesmo a França e a Alemanha, as duas principais potências europeias, correm o risco de perder a avaliação "AAA", a mais alta para a agência de análise de risco.

A explicação para a decisão de colocar as notas dos países sob "perspectiva negativa" é a mesma que se vê no noticiário nas últimas semanas: aperto do crédito, riscos maiores de recessão, aumento do endividamento, juros cada vez mais altos para os países refinanciarem as dívidas e falta de acerto entre os políticos do bloco.

Colocar em "perspectiva negativa" indica que há 50% de chance de a nota ser rebaixada em um prazo de 90 dias, mas a S&P afirmou que vai anunciar sua decisão "o mais rápido possível" após o encontro de líderes europeus que termina na sexta-feira.

A reunião de líderes é considerada fundamental para os rumos do bloco, já que investidores esperam que eles cheguem a uma solução definitiva para a crise da dívida que se arrasta há dois anos.

Mas um rebaixamento de França ou Alemanha pode dificultar ainda mais a tarefa.

Os dois países são os principais contribuintes do fundo europeu de resgate e o principal motivo para que os títulos do instrumento de ajuda também sejam "AAA".

A perda de nota deles deve tornar mais cara a captação de dinheiro no mercado por parte do fundo, reduzindo a sua capacidade de ajuda aos países endividados.

O caso mais provável de rebaixamento parece ser o da França, já que a S&P disse que a nota dela pode ser reduzida em dois degraus -o mesmo vale para Itália, Espanha, Portugal e Grécia.

É uma companhia não muito agradável para o presidente Nicolas Sarkozy, que busca a reeleição no ano que vem, já que esses países ou foram resgatados ou são considerados a "bola da vez", caso, por exemplo, da Itália (que anunciou mais um pacote de austeridade).

Já a nota da Alemanha pode cair um degrau, mesma situação da Holanda, Finlândia, Áustria, Bélgica e Luxemburgo -todas "AAA", com exceção da belga.

Os dois países que passaram "incólumes" pelo anúncio da agência foram Chipre (que já esta sob perspectiva negativa) e Grécia, o único país da zona do euro que não é mais grau de investimento, de acordo com a S&P.

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