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Disputa republicana afunila para Gingrich vs. Romney

Ex-presidente da Câmara dos EUA e ex-governador monopolizam atenções

Gingrich, conhecido pelas suas posições conservadoras, teve subida vertiginosa nas pesquisas recentes

John W. Adkisson - 8.dez.2011/Getty Images/France Presse
Newt Gingrich em campanha na Carolina do Sul anteontem
Newt Gingrich em campanha na Carolina do Sul anteontem

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

O debate desta noite tem cara de fim de temporada para o Partido Republicano: como todo bom último episódio, enuncia o que virá na próxima fase e quais seus prováveis protagonistas -Mitt Romney e Newt Gingrich, o mais recente líder da corrida eleitoral na oposição.

A largada para as prévias partidárias será em 3 de janeiro, em Iowa, e a Fox News ainda promove um confronto na próxima quinta-feira. Mas o embate esperado, no qual se busca pistas, é o de hoje.

Afinal, trata-se do primeiro, após 14 eventos do tipo, a focar no confronto entre dois candidatos vistos como viáveis por políticos e analistas, após Gingrich saltar da casa dos 5% ao topo das pesquisas em novembro. Tanto que atrás deles começam a se formar as filas de apoios.

Para completar, será em Des Moines, capital do primeiro Estado a ter prévias.

"Esta é a maior briga de cachorro grande da campanha até agora", disse o estrategista republicano Alex Castellanos ao site Politico.

O interesse está em Gingrich. Aos 68 anos, o ex-presidente da Câmara tem sido uma figura central em Washington desde os anos 80.

Há pouco tempo, se descrevia como conservador moderado, apreciador do papel do Estado ainda que limitado -um telhado de vidro ante os rivais mais à direita.

O outro flanco vulnerável são os dois casamentos encerrados por casos extraconjugais, algo pouco tolerado pela fatia mais moralista (a suspeita de um affair, há uma semana, ajudou a tirar da disputa Herman Cain).

Sua escalada em uma disputa na qual o eleitorado está especialmente irritado com o Congresso e pouco motivado a votar, portanto, só pode ser atribuída aos concorrentes.

De um lado, há Romney, com quem boa parte do eleitorado não se identifica (o ex-governador de Massachusetts inspirou o plano de saúde de Barack Obama -liberal demais para parte do partido- e é mórmon -o que espanta a direita cristã).

Do outro, candidatos voltados para o populismo -as exceções, o libertário Ron Paul e o centrista e mórmon Jon Huntsman, estão fora demais da curva republicana.

Sobra Gingrich, conhecido como "o Cérebro" por seu alardeado poder intelectual.

Romney notou o risco e, pela primeira vez desde que teve sua liderança ameaçada, ele reagiu.

Sua campanha já produziu anúncios criticando Gingrich como um filhote de Washington e questionando suas mudanças de posição.

No debate de hoje, a expectativa é que essa rivalidade se delineie claramente.

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