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Premiê britânico perde apoio após veto europeu

País corre o risco de ficar marginalizado, critica número dois do governo

Vice britânico, Nick Clegg, criticou decisão de David Cameron de ficar de fora do pacote europeu contra a crise

Matt Dunham -12.mai.2011/Associated Press
O premiê David Cameron (atrás) e seu vice, Nick Clegg
O premiê David Cameron (atrás) e seu vice, Nick Clegg

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Reino Unido corre o risco de ficar "marginalizado" e perder relevância na Europa, advertiu ontem o número 2 do governo, Nick Clegg, numa crítica direta ao veto do primeiro-ministro David Cameron contra o pacto europeu firmado na sexta-feira.

"Eu acredito que um Reino Unido que deixe para trás a União Europeia será considerado irrelevante para os EUA, e será visto como um pigmeu no mundo", afirmou, em uma entrevista transmitida ontem pela rede BBC.

Por conta da decisão de sexta, Cameron entrou num fogo cruzado tipicamente britânico quase se trata de questões ligadas à integração ao bloco europeu. Reino Unido faz parte da União Europeia (UE), mas está fora da zona do euro.

Cameron é do Partido Conservador, formado em sua maioria por eurocéticos. Já Clegg é líder do Partido Liberal-democrata, que apoia a participação britânica no bloco europeu.

Mesmo sem manifestações públicas de Cameron, Clegg não ficou sem resposta. "Nós não estamos marginalizados, posso assegurar você disso", disse o ministro das Relações Exteriores, William Hague, acrescentando que o acordo com a UE depende de uma "gama de questões" a serem tratadas nos próximos meses.

"É melhor ser um buldogue britânico do que um poodle de Bruxelas", rebateu o parlamentar conservador Mark Pritchard, que acusou Clegg de estar "totalmente fora de sintonia" com a opinião pública.

Ontem, uma sondagem divulgada pelo tabloide britânico "Daily Mail" mostrou que 62% dos entrevistados concordavam com o veto de Cameron, enquanto 19% eram contra.

FRANÇA

As divergências entre o Reino Unido e o restante da UE devem ganhar um novo capítulo nos próximos dias. Ontem, o ministro francês das Finanças, François Baron, disse que o país e a Alemanha devem levar adiante um plano para implantar um imposto sobre as transações financeiras na UE.

"Queremos fazê-lo nos 27 países da UE", disse ele, à TV BFM, dizendo que já sabe que "os britânicos dirão que não".

Já a ministra francesa do Orçamento, Valérie Pécresse, assegurou que não vai injetar dinheiro nos bancos, que têm capacidade de se financiar por conta própria. Segundo estimou a autoridade bancária europeia, os bancos franceses devem levantar € 7 bilhões para reduzirem sua vulnerabilidade.

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