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Informante do WikiLeaks vai a tribunal

Soldado americano enfrenta acusação de ter violado Lei sobre Espionagem dos EUA

DE WASHINGTON

Bradley Manning, o soldado americano preso desde maio de 2010 sob suspeita de ter entregado ao site WikiLeaks arquivos com milhares de telegramas diplomáticos dos EUA, compareceu ontem a uma audiência preliminar para decidir se ele será submetido a uma corte marcial.

As acusações: "ajudar o inimigo" e violar a Lei sobre Espionagem dos EUA.

Na audiência, que determinará se há provas suficientes para levar Manning à Justiça, seu advogado, David Coombs, pediu a troca do juiz militar responsável por conflito de interesse: o coronel Paul Almanza trabalha com o Departamento de Estado, alvo do vazamento.

Mas o pedido foi negado.

Os procedimentos ocorrem em uma base a 40 minutos de Washington, onde ativistas pelos direitos civis protestam a favor do soldado.

SOLITÁRIA

Manning, que faz 24 anos hoje, é o único suspeito até agora a comparecer à Justiça por conta do caso WikiLeaks.

Durante os 19 meses em que esteve preso, o soldado, que era analista de informação do Exército, passou a maior parte do tempo em uma solitária, muitas vezes obrigado a se despir e a dormir no chão, sem lençóis, para evitar o suicídio.

As condições foram criticadas por ativistas de direitos humanos e pelo porta-voz do Departamento de Estado, que acabou demitido.

Os EUA estudaram abrir queixas criminais contra o WikiLeaks e indiciar o fundador da organização, Julian Assange, mas a ideia nunca chegou a se concretizar por conta dos temores em relação ao precedente criado.

Assange, porém, foi acusado de estupro na Suécia e está sob prisão domiciliar no Reino Unido, onde corre processo de extradição.

A organização, que prega a exposição de dados sigilosos de governos e empresas, começou a publicar em novembro de 2010 correspondência diplomática americana por meio de um site e de grandes jornais pelo mundo, incluindo a Folha.

Em outubro, o WikiLeaks suspendeu as operações, após operadoras de cartões serem proibidas de prestar serviços ao grupo, que depende delas para arrecadar doações. (LUCIANA COELHO)

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