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Nove morrem em confrontos no Egito

Primeiro-ministro culpa manifestantes por distúrbios, que coincidem com segunda etapa de eleição parlamentar

Embates entre soldados e manifestantes, que pedem saída de junta militar, voltaram a ocorrer na praça Tahrir

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Pelo menos nove pessoas morreram e 300 ficaram feridas durante confrontos entre ativistas pró-democracia e soldados, na praça Tahrir, no centro do Cairo, segundo a agência egípcia Mena.

Os manifestantes exigem a transição de poder da junta militar que comanda o país desde a queda do ditador Hosni Murabak, em fevereiro deste ano.

Ontem, as forças de segurança do país isolaram as ruas do entorno do Parlamento com arame farpado e blocos de concreto. Para tentar expulsar as cerca de 10 mil pessoas da praça, militares que estavam no telhado dos prédios da área atiraram pedras.

Barracas antes ocupadas por ativistas foram queimadas, e os equipamentos de jornalistas, confiscados.

Um edifício ocupado pelo Ministério dos Transportes e outro prédio público também foram incendiados.

O premiê egípcio, Kamal Ganzouri, responsabilizou os manifestantes pelos distúrbios e afirmou que os soldados não usaram violência ou armas de fogo contra os civis.

Segundo ele, as 18 pessoas feridas por balas foram vítimas de "elementos infiltrados que não querem o bem do Egito".

Ganzouri ainda disse que as pessoas que agora ocupam a praça Tahrir "não são os jovens da revolução".

Grupos de direitos humanos acusam a junta militar de adotar práticas do antigo regime, entre elas, a prisão e a violência contra dissidentes.

ELEIÇÕES

A nova revolta dos ativistas pró-democracia ocorre ao mesmo tempo em que a população do Egito define 154 dos 508 deputados do novo Parlamento.

Os ativistas que comandaram a revolta popular que derrubou Mubarak não obtiveram sucesso na primeira fase do primeiro turno, realizado nos dias 28 e 29 do mês passado, em 9 das 27 províncias do Egito.

Os manifestantes encabeçam os partidos liberais e os movimentos nascidos da revolução. Até agora, os partidos islamistas conseguiram a maior parte das cadeiras.

O primeiro turno da segunda fase das eleições terminou na última quinta-feira e o resultado deve ser divulgado nos próximos dias.

As demais regiões do país devem ir às urnas em janeiro. Enquanto não houver um presidente, o Exército continua ser a autoridade em exercício.

Na semana passada, a junto militar anunciou que criará um comitê para supervisionar a atuação dos deputados, o que gerou ainda mais protestos dos partidos.

No último dia 21, às vésperas do pleito parlamentar, 11 pessoas morreram durante confrontos na praça Tahrir. Muitos manifestantes afirmam que só vão sair do local quando os militares egípcios deixarem o poder.

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