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Turquia tira embaixador e congela relações com França

Decisão repudia aprovação de lei pelo Parlamento francês que torna um crime a negação do genocídio armênio

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

A Turquia chamou de volta o seu embaixador em Paris e congelou as relações com a França, numa forte retaliação à lei aprovada ontem no Parlamento francês que torna crime a negação do genocídio armênio.

Pela lei, proposta pelo partido do presidente Nicolas Sarkozy, quem negar publicamente na França o genocídio na Armênia será punido com um ano de prisão e multado em € 45 mil (R$ 108 mil).

Aprovada por um plenário quase vazio da Assembleia Nacional (câmara baixa do Parlamento), a lei ela ainda terá que passar no Senado francês para entrar em vigor.

Em resposta, o primeiro-ministro da Turquia, Recep Erdogan, anunciou a suspensão das relações políticas, econômicas e militares com a França.

Não é o corte das relações, mas, no jogo diplomático, é a segunda ação mais grave. Erdogan acusou o governo francês de racismo e de usar a questão armênia como instrumento político, com vistas à eleição presidencial do próximo ano.

Além de agradar aos 500 mil armênios que vivem na França, a medida tem apelo entre eleitores da direita mais conservadora no país, contrários à entrada da Turquia na União Europeia.

"Isso é usar a turcofobia e a islamofobia para ganhar votos, e causa preocupações sobre tais questões não só na França, mas em toda a Europa", disse Erdogan. "A Turquia não ficará em silêncio".

A questão armênia é extremamente sensível na Turquia e motivo frequente de tensão com outros países.

Os armênios, apoiados por historiadores, afirmam que 1,5 milhão de pessoas foram mortas pelos turcos durante a Primeira Guerra. É considerado o primeiro genocídio do século 20. A Turquia diz que 300 mil morreram e que turcos também foram vítimas.

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