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Espanha diz que indulto em Cuba não é suficiente

Raúl Castro anunciou libertação de 2.900 presos antes de visita do papa

Partido conservador espanhol teme que medida seja usada para adiar transição democrática

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O partido conservador espanhol PP advertiu ontem que a decisão do governo cubano de libertar 2.900 prisioneiros é bem-vinda, mas não será suficiente se não for acompanhada de avanços na transição democrática. "Não nos deixaremos enganar", disse o deputado do PP Teófilo de Luis, sublinhando a necessidade de evitar que a medida anunciada por Raúl Castro "consolide a ditadura em Cuba" e confunda a comunidade internacional.

De Luis apontou para a libertação de cerca de cem presos políticos cubanos com destino à Espanha entre julho de 2010 e abril deste ano, que, a seu ver, tinha como único objetivo enganar a União Europeia. "A libertação dos presos que chegaram à Espanha era um gesto e nos permitimos nos enganar por esse gesto; com este novo indulto, não nos deixaremos enganar", disse o parlamentar. "O PP só vai relaxar no dia em que se restituírem as liberdades em Cuba."

O presidente cubano, Raúl Castro, anunciou a libertação de 2.900 presos -aqueles com mais de 60 anos, os doentes, as mulheres e jovens não reincidentes.

Castro disse que um dos motivos para a libertação dos presos é a visita do papa Bento 16, que deve ocorrer antes da Páscoa. Segundo ele, o indulto mostra "a generosidade e força da revolução".

O prisioneiro americano Alan Gross, acusado de crimes contra a segurança do Estado, não está entre os libertados. "Estamos profundamente desapontados", disse Mark Toner, porta-voz do Departamento de Estado.

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