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Cristina promete 'energia' mesmo doente

Presidente da Argentina prossegue com sua agenda e manda recados ao vice-presidente e aos sindicatos na oposição

Com câncer na tireoide, ela passará por uma operação em janeiro; Dilma telefona para desejar recuperação

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Cristina Kirchner, 58, presidente da Argentina, fez ontem sua primeira aparição pública desde o anúncio -feito no dia anterior- de que está com câncer na tireoide.

Ela lidou com a notícia aparentando bom humor, ao dizer que irá disputar a presidência do congresso proposto por Hugo Chávez, presidente venezuelano, reunindo mandatários latinos com câncer, como Lula e o paraguaio Fernando Lugo.

Cristina aparentou, também, firmeza ao cumprir ontem os compromissos previstos em sua agenda.

Ela compareceu por volta do meio-dia, no horário argentino, ao ato de apresentação do programa de redução do endividamento das províncias do país.

"Nós vamos continuar com a mesma energia de sempre", disse. Depois, pediu a cooperação de entidades nacionais para o saneamento da economia argentina. "Não pelo meu bem, mas pelo do país."

A presidente foi reeleita em outubro para seu segundo mandato.

Nos meios políticos e financeiros, o anúncio da doença não foi recebido com grande alvoroço. Médicos dizem que as chances de recuperação são grandes.

Alguns analistas dizem que a já alta taxa de aprovação da presidente pode subir por conta da simpatia pública em relação à doença. Fenômeno semelhante aconteceu no ano passado, quando seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, morreu.

A presidente deve ser operada na próxima quarta-feira e passar por 20 dias de repouso. Durante esse período, será substituída por Amado Boudou, seu vice -a quem mandou recado, ontem.

Ela lhe pediu atenção "ao que você faz" e deixou claro que estará de olho no andamento do governo. "Nós precisamos encarar as coisas como sempre fizemos, nos responsabilizando por tudo o que é nossa responsabilidade e todo o resto também."

CRISE

Cristina se retira temporariamente da Presidência em momento politicamente delicado. Há atrito com uma das uniões sindicais mais poderosas do país, a dos caminhoneiros.

O líder trabalhista Hugo Moyano tem, recentemente, pressionado empresas para que deem um bônus de fim de ano aos funcionários.

Durante discurso ontem, a presidente criticou sindicatos afirmando que eles lutam por privilégios, não por direitos. Ela mencionou as "reclamações de gente que ganha mais do que a presidente".

A presidente agradeceu ainda as demonstrações de solidariedade que tem recebido desde o anúncio do câncer, anteontem.

Ela afirma que o primeiro a ligar foi o presidente venezuelano, Hugo Chávez, que recentemente declarou ter se tratado com sucesso de um câncer na região da pélvis.

No Twitter, Rafael Correa, presidente do Equador, mandou melhoras à presidente. "Todos estamos com Cristina! Uma pronta recuperação. Argentina e nossa América precisam de você", escreveu.

Dilma Rousseff, presidente do Brasil, telefonou ontem, desejando-lhe sorte, e disse crer que a colega "terá a força necessária" para lidar com a doença.

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