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Amsterdã diminui tolerância a efeito do consumo de drogas

Capital holandesa tenta conter as gritarias noturnas e o arremesso de latas e garrafas de bebida alcoólica na rua

Repressão a excessos sempre existiu, mas agora é ostensiva, diz polícia; cidade cogitou ação contra prostitutas

DO ENVIADO À HOLANDA

"Meca dos maconheiros" de todo o mundo, Amsterdã, a capital da Holanda, está se tornando menos tolerante com os efeitos secundários que hordas de drogados e bêbados costumam trazer para a cidade.

A municipalidade não tolera mais a exibição de garrafas ou latas de bebida alcoólica nas ruas. Nem gritarias noturnas.

A polícia pode aplicar multas de até 70 (R$ 170) e levar infratores à delegacia para que se dê início a um processo formal.

A Folha presenciou dois episódios em que rapazes descontrolados acabaram sendo parados por policiais, questionados e depois levados à delegacia.

Segundo uma policial que abordou um dos jovens (um inglês totalmente bêbado que dizia ter perdido a carteira), a orientação para conter excessos sempre existiu, mas ficou "mais ostensiva".

LUZ VERMELHA

Assim como agora se cogita proibir a compra de maconha por estrangeiros nos " coffee-shops", a cidade chegou a considerar, no ano passado, banir as prostitutas do "Red Light District" ("distrito da luz vermelha"). A ideia não prosperou.

As portas de vidro dos quartos onde as moças se expõem em trajes sumários e atendem seus clientes fechando as cortinas são, ao lado de cassinos, "coffee-shops", "sex-shops", canais e bicicletas, uma das marcas registradas de Amsterdã.

"As pessoas só vêm para cá porque podem fumar maconha à vontade, fazer sexo com russas maravilhosas e beber muito. Se isso acabar, não vai sobrar muita coisa", diz Samuel Elliot, inglês e sócio de um "coffee-shop" no centro da cidade.

Elliot afirma não acreditar que a proibição venha a ser realmente adotada. "Já vimos isso antes."

O cultivo de maconha na Holanda não é permitido, mas é tolerado. Assim como o consumo da droga, descriminalizado desde 1976. O Ministério da Justiça tem como política não reprimir a posse ou venda nos "coffee-shops" de até cinco gramas por pessoa, comercializadas entre 30 e 70 euros (R$ 72 a R$ 175), dependendo da qualidade.

NOVA ORIENTAÇÃO

Em 2011, as autoridades decidiram dar o mesmo tratamento dispensado ao consumo de cocaína e heroína (proibido e não tolerado) para tipos de maconha alteradas geneticamente para ficar mais potentes.

Agora, ervas com mais de 15% de THC (tetraidrocanabinol, substância psicoativa da maconha) são consideradas "drogas pesadas".

Os planos do governo incluem também a remoção de todos os "coffee-shops" localizados a distâncias inferiores a 350 metros de escolas em todo o país. (FERNANDO CANZIAN)

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