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Planilhas de aviões fornecem novas provas

DE BUENOS AIRES

A princípio, tudo o que a jornalista Miriam Lewin, 54, queria era fazer um documentário sobre o que teria acontecido aos aviões usados nos famosos voos da morte.

Localizou alguns dos Skyvan e Electras -modelos usados na época- e pediu a um jornalista que vivia nos EUA que fosse averiguar um deles, que havia sido vendido depois da ditadura.

Quando o repórter lhe disse que não só tinha podido ver o avião como este guardava uma planilha contendo todos os voos que havia realizado, percebeu que havia encontrado algo importante.

"As planilhas tinham tudo, não só os horários e os trajetos como o nome dos pilotos", contou Lewin à Folha.

De posse desses documentos, ela buscou os voos suspeitos: os que eram realizados à noite e cujos trajetos, curtos, duravam horas. A maior parte deles ocorrera entre os anos de 1976 e 1978, os primeiros da ditadura.

"Havia voos que saíam do Aeroparque de Buenos Aires e voltavam a ele horas depois, outros que faziam trajetos curtos durante um larguíssimo tempo. Cruzando essas informações com testemunhos, é possível chegar às vítimas e seus assassinos", diz.

Assim, Lewin, ela mesma uma militante montonera que sobreviveu à detenção na Esma, conseguiu finalizar seu documentário e alimentar os processos contra pilotos envolvidos nos crimes. "Los Aviones de la Muerte" foi exibido pela TV argentina e motivou novas investigações por parte da Justiça. (SC)

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