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Notícias positivas trazem otimismo a 2012

Indicadores de produção industrial e emprego nos EUA, emergentes e Alemanha são melhores do que o esperado

Economistas alertam que cenário ainda é de desaceleração e que falar em retomada ainda é algo precoce

PATRÍCIA CAMPOS MELLO
DE SÃO PAULO

Sinais encorajadores dos Estados Unidos, dos emergentes e da Alemanha animaram os mercados ontem e sinalizaram que o fim de 2011 pode ter sido menos sombrio do que se esperava.

O índice do banco HSBC (PMI, na sigla em inglês) de dezembro, que prevê o desempenho da indústria, mostra que Brasil e China estão reduzindo o ritmo de queda em sua atividade industrial, enquanto a Rússia tem ganhos modestos de produção e a Índia, grande aceleração. Os países integram o grupo Brics, junto da África do Sul.

Nos Estados Unidos, o índice de atividade industrial do ISM (Institute for Supply Management) chegou ao maior nível desde junho, com 53,9 (um número acima de 50 indica expansão do setor produtivo), bem acima das expectativas.

Ontem, os EUA divulgaram que os gastos de construção aumentaram 1,2% ante o mês anterior, maior avanço desde agosto.

"Os dados do ISM mais indicadores de vendas no varejo mostram que a economia americana está ganhando impulso, e há chances de suprir parte da queda da demanda da eurozona por exportações de emergentes como Brasil e China", disse à Folha Chris Williamson, economista-chefe da Markit, consultoria econômica que coordena os dados do PMI.

Segundo ele, é grande a chance de recuperação em duas velocidades, mostrada por um índice em especial: a relação entre novas encomendas e estoques, que indica tendências de produção, está no nível mais alto em oito meses nos EUA e mais baixo em 32 meses na eurozona.

Já na Alemanha, que tem se descolado das más notícias econômicas da eurozona, o desemprego caiu de 6,9% para 6,8% em dezembro, o menor nível em 20 anos.

INDÚSTRIA

Na China, o PMI do HSBC foi de 48,7 em dezembro, diante de 47,7 em novembro. A Índia registrou o maior crescimento no índice desde junho - 54,2 no mês passado, ante 51 em novembro. Na Rússia, o PMI foi de 51,6 em dezembro, abaixo dos 52,6 em novembro, mas ainda indica expansão.

No Brasil, está estagnada a atividade industrial -em dezembro, o PMI foi de 49,1, e de 48,7 em novembro. Mas foi a deterioração mais fraca em sete meses.

"No Brasil, parece que o pior momento ficou para trás, apesar de ainda estarmos desacelerando", disse à Folha Constantin Jancso. economista-sênior do HSBC. O PMI Global da indústria do JP Morgan, também divulgado ontem, foi de 50,8 - o nível mais alto desde junho, embora ainda modesto.

O mercado financeiro reagiu positivamente aos dados da manufatura: o índice Dow Jones fechou em alta de 1,5%, no maior nível desde julho.

Segundo Williamson, ainda não é hora de comemorar. "Parece que a situação está se estabilizando, mas em níveis menores de crescimento; 2012 será muito mais difícil que 2011", diz.

Colaborou VERENA FORNETTI, de NY

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