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FMI diz que crise da Europa poderá atingir bancos da América Latina

Diretor do Fundo afirma que as dificuldades do euro e a redução de crédito são ameaça tóxica

Nicolás Eyzaguirre indica que instituição pode reduzir estimativa de crescimento para a região neste ano

PATRÍCIA CAMPOS MELLO
DE SÃO PAULO

O Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu ontem que a crise bancária europeia pode contaminar os bancos da América Latina ao desencadear um "aperto de crédito" na região.

Segundo Nicolás Eyzaguirre, diretor do Departamento de Hemisfério Ocidental do FMI, "os bancos da zona do euro respondem por 25% de todos os ativos bancários nos maiores países da América Latina, em média, e muitos desses bancos não estão concedendo ou rolando empréstimos, com o objetivo de fortalecer seus balanços."

Para Eyzaguirre, a crise europeia pode se tornar uma "ameaça tóxica" à América Latina.

"A crise na Europa pode se agravar com uma redução na oferta de linhas de crédito externas, o que viria a se sobrepor à queda na confiança, redução nos investimentos e queda nos preços das commodities: uma mistura tóxica para o crescimento e a estabilidade".

O economista faz a ressalva de que os bancos europeus vêm financiando suas subsidiárias latino-americanas de forma cuidadosa, por meio de depósitos em moeda local, o que reduz sua vulnerabilidade a uma escassez de financiamento em dólares.

No Brasil, bancos europeus com operações significativas são o espanhol Santander, o britânico HSBC, os franceses BNP Paribas e Société Générale e os portugueses Banco Espírito Santo e Caixa Geral de Depósitos.

Eyzaguirre indicou que as previsões de crescimento do FMI para a América Latina podem ser revisadas para baixo no Panorama Econômico Global que será publicado no dia 24 de janeiro.

"Podemos dizer que o panorama para este ano não será melhor do que nós prevíamos em outubro do ano passado, quando as últimas estimativas foram publicadas."

Na época, a estimativa do Fundo era de crescimento de 4,5% do PIB da América Latina em 2011 e 4% este ano.

"Não vemos uma recessão na América Latina se a crise na Europa continuar contida; mas certamente um crescimento mais fraco é possível, também porque a confiança e os preços das commodities estão caindo." Eyzaguirre afirmou que é preciso monitorar de perto o sistema bancário na região.

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