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Promotoria no Egito pede enforcamento de Mubarak

Ex-ditador responde por mortes de manifestantes na revolta egípcia

Sentença pode não ser cumprida, pois defesa pode apelar e militares que governam país têm poder de vetar decisão

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A promotoria egípcia pediu ontem à Justiça que o ex-ditador Hosni Mubarak, 83, seja sentenciado ao enforcamento. Após ser derrubado por uma revolta popular no ano passado, Mubarak enfrenta acusações por cumplicidade em ações que resultaram em mortes de manifestantes e por corrupção.

Segundo a acusação, ao menos 800 opositores foram assassinados por forças de segurança egípcias em 18 dias de confrontos antes da saída de Mubarak do poder, no dia 11 de fevereiro.

Segundo o promotor-chefe Mustafa Suleiman, o ex-ditador é responsável "politicamente e legalmente" pelas mortes, na medida em que foi informado sobre elas, por assessores e pela TV, e não fez nada para impedir.

Ele teria ainda ordenado ao seu então ministro do Interior, Habib el Adly, que autorizasse as forças de segurança a utilizar munição letal contra os manifestantes.

CETICISMO

Porém ativistas que participaram dos protestos contra o então ditador não têm muitas esperanças de que Mubarak seja levado à forca.

Mesmo que ele seja condenado, sua defesa ainda pode ganhar muito tempo com apelações. O ditador, que sofre de câncer segundo advogados, pode morrer antes que a sentença seja cumprida.

Além disso, os militares que apoiavam Mubarak e agora governam o país têm o poder de vetar a pena capital.

Segundo os dados mais recentes da Anistia Internacional, em 2010, 185 pessoas foram sentenciadas à pena capital no Egito. Quatro foram mortas pelo Estado.

Também estão sendo julgados dois filhos de Mubarak, o ministro Adly e cinco oficiais da polícia. O julgamento pode ser finalizado até o dia 25 de janeiro.

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