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EUA dão sinal de descolar-se da crise econômica europeia

Desemprego americano cai ao menor patamar desde fevereiro de 2009

Mercado de trabalho europeu não melhora, vendas do varejo recuam e indústria alemã tem queda

VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK
ÁLVARO FAGUNDES
DE SÃO PAULO

A economia americana deu ontem mais um sinal de fortalecimento, com nova queda do desemprego, parecendo se descolar da crise da Europa, onde, entre outros problemas, o mercado de trabalho não se recupera.

Os EUA criaram 200 mil vagas no mês passado, e a taxa de desemprego ficou em 8,5%, a menor desde fevereiro de 2009, no início do governo Barack Obama.

O indicador é mais um que aponta a retomada da economia. A confiança do consumidor está subindo, e a indústria tem dados positivos.

Análise do Deutsche Bank defende que os dados de emprego aumentam a confiança em relação à capacidade dos EUA de se distanciar dos problemas da Europa -desde que não haja impacto sobre as finanças americanas que leve a um forte recuo na disponibilidade de crédito.

Segundo o Crédit Suisse, dados globais sobre atividade industrial em dezembro reforçam a ideia de que a probabilidade de uma recessão fora da Europa é decrescente e relativamente pequena.

Porém, ainda é precipitado dizer que a economia americana está saudável.

Os EUA criaram, em média, 136 mil vagas mensais em 2011, número suficiente para atender quem ingressa no mercado de trabalho, e não para uma economia que ainda tem 6 milhões de vagas perdidas desde 2008.

Nesta crise, o mercado de trabalho americano já mostrou melhoras, só que depois recuou. Foi o que ocorreu no início do ano passado, reflexo do afrouxamento monetário adotado pelo BC dos EUA em novembro de 2010.

Além disso, o desempenho do PIB de 2011 até setembro foi muito fraco, e o setor de construção, considerado fundamental para a retomada, não engrena -as casas têm o menor preço em oito anos no mercado americano.

Para complementar, é improvável que o país não seja afetado pela cada vez mais provável recessão europeia e pela desaceleração da China.

Ainda assim, os EUA mostram um cenário muito melhor que a Europa, que não encontra solução para a crise da sua dívida soberana.

O desemprego em novembro da zona do euro foi pelo terceiro mês consecutivo de 10,3% -a taxa não fica abaixo de dois dígitos desde abril.

Na Alemanha, o desemprego caiu pelo quarto mês seguido, mas o mesmo não se viu no resto da região. Na Espanha, por exemplo, a taxa subiu para 22,9%, e metade dos jovens não tem trabalho.

França e Itália também viram o desemprego aumentar.

Os problemas também se refletem no varejo da zona do euro, que teve queda de 0,8% nas vendas em novembro.

E até a Alemanha não está incólume: os pedidos para a indústria tiveram em novembro o maior recuo em três anos, de 4,8%.

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