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Investidor paga para aplicar em título alemão

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Menos um sinal da pujança alemã e mais uma indicação sobre o nervosismo e a desconfiança dos mercados financeiros em relação ao bloco europeu.

Pode ser interpretada dessa forma a inédita operação financeira registrada ontem, quando investidores compraram títulos de curto prazo (seis meses) garantidos pelo governo alemão com rentabilidade pouco acima de zero e abaixo da inflação projetada.

Na prática, portanto, esses investidores "pagaram" para Berlim guardar seu dinheiro, numa demonstração clara da pouca fé que os habituais compradores de títulos soberanos andam depositando nas finanças dos demais países da região, também emissores de dívidas.

Com uma demanda de quase o dobro dos € 3,9 bilhões (quase R$ 9 bilhões) originalmente oferecidos pelo governo germânico, o leilão de ontem colocou o país no restrito clube da "rentabilidade negativa", junto com Holanda e Suíça.

Quando um país tem finanças sólidas, o Tesouro nacional consegue negociar juros menores com os habituais compradores de bônus soberanos.

Mas se uma nação está à beira do abismo, investidores somente aceitam tomar os títulos oferecidos mediante a promessa de uma remuneração cada vez maior pelo governo emissor para compensar o tamanho do risco.

Efetivamente, a Alemanha tem mostrado números mais robustos na comparação com seus pares, podendo exibir, por exemplo, uma taxa de desemprego (5,5%) que é quase a metade da taxa verificada para a zona do euro (10,3%) em novembro.

Além do leilão germânico, o Banco Central Europeu forneceu outro sinal claro do grau de cautela dos agentes financeiros: em vez de emprestar, os bancos novamente destinaram aos cofres dessa instituição um valor recorde de € 463,5 bilhões.

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