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Presidente do BC suíço cai devido a escândalo

Philipp Hildebrand e a sua mulher são suspeitos de utilizar informação privilegiada

JACK EWING
DO “NEW YORK TIMES”

O presidente do Banco Central suíço renunciou ontem, afirmando que as dúvidas sobre transações cambiais realizadas por ele e sua mulher em 2011 eram uma ameaça à sua capacidade de se concentrar em um momento de crise mundial.

A renúncia de Philipp Hildebrand, cuja reputação era a de defensor de uma regulamentação mais rigorosa dos bancos, surgiu inesperadamente. Na semana passada, ele apresentou defesa de sua conduta e parecia ter conquistado o apoio do conselho do Banco Nacional Suíço.

Hildebrand disse acreditar não ter feito nada de errado. "Repito meu juramento de que jamais menti", afirmou.

Mas acrescentou ter concluído que não seria capaz de provar que não sabia de uma transação no valor de US$ 500 mil que sua mulher realizou dias antes que o banco reforçasse intervenção sobre os mercados de câmbio.

"Não tenho como provar de maneira cabal que as coisas transcorreram da forma como descrevi", afirmou.

"A credibilidade é o ativo mais precioso para um dirigente de banco central."

Hildebrand será substituído temporariamente por Thomas Jordan, vice-presidente do banco, que talvez tenha de enfrentar desafios do mercado para impor um limite ao valor do franco frente o euro.

"Não antecipamos qualquer mudança na condução da política monetária suíça", afirmou Julien Manceaux, analista do ING Bank, em nota a clientes. O piso para o câmbio "veio para ficar, com ou sem Philipp Hildebrand".

Por boa parte dos três últimos anos, o BC suíço esteve em uma batalha para impedir a alta do franco, visto como porto seguro contra o tumulto econômico mundial.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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