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Mórmons optam por discrição durante corrida republicana

Romney segue religião, de base cristã, vista negativamente por outras denominações

DA ENVIADA A MANCHESTER, NEW hAMPSHIRE

"Votem. Escolham o candidato cujos valores pareçam mais afins aos seus. Mas evitem fazer comentários públicos que possam ser erroneamente interpretados como a visão da igreja."

Com essas palavras foram recebidos os mórmons na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, domingo, em Manchester.

Pedido feito e atendido. A Folha conversou com dez fiéis após assistir à cerimônia religiosa dominical e nenhum quis falar sobre política.

A discrição não tem só a ver com a liberdade política de cada frequentador do templo. A imagem que passam ao público conta também para Mitt Romney, mórmon e líder nas pesquisas. Jon Huntsman, outro pré-candidato republicano, também é mórmon.

A doutrina que eles professam desperta preconceito entre outras denominações no país. Evangélicos acusam os mórmons de não serem cristãos por causa dos dogmas que diferem do cristianismo tradicional. Outros os acusam de serem racistas e polígamos, alcunhas que rejeitam.

Nas pesquisas feitas durante as campanhas para a eleição de 2008, quatro entre dez americanos afirmavam que não votariam em um mórmon para presidente.

O Pew Research Center aponta que 51,3% dos americanos são protestantes, que 23,9% se afiliam ao catolicismo e que 1,7% dos adultos são mórmons. Mostra ainda que os mórmons são a religião com maior percentual de republicanos: 65%.

Apesar de discretos, os mórmons estão preocupados com a imagem. Em 2009, contrataram duas grandes agências publicitárias para pesquisar o que os americanos pensam sobre a religião.

Diante das associações negativas, lançaram no ano seguinte a campanha "Eu Sou Mórmon". Quem acessa hoje o site mormon.org pode ler depoimentos de asiáticos, negros, artistas e cientistas relatando a fé na religião.

Os mórmons não associam a ação publicitária com a eleição. A campanha não é veiculada nos primeiros Estados americanos a fazer primárias e, quando Nevada decidiu adiantar a prévia republicana, os anúncios foram cancelados em Las Vegas.

(VF)

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