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Crise mundial prejudica vendas da China

Demanda mais fraca dos países desenvolvidos faz exportações do gigante asiático crescerem a ritmo mais lento

Balança comercial do país segue deficitária nas transações com emergentes, como o Brasil e a África do Sul

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A demanda externa mais fraca e o crescimento mais acelerado das importações ante as exportações fizeram com que o superavit comercial chinês encolhesse no ano passado o equivalente a todo o superavit brasileiro de 2011.

O descompasso entre vendas e compras estreitou o ainda respeitável saldo comercial do gigante asiático para US$ 155,14 bilhões, o que representa uma diferença de quase US$ 30 bilhões ante o superavit de 2010. É o menor nível em cinco anos.

O país segue como o maior vendedor do planeta, com um volume robusto de US$ 1,89 trilhão em exportações. No entanto, elas cresceram num ritmo mais lento: em vez da taxa de 31,3% vista em 2010, aumentaram pouco mais de 20% no exercício passado.

O mesmo pode ser dito das importações (US$ 1,74 trilhão), que subiram mais rápido que as importações (25%), mas longe dos quase 40% do balanço anterior.

Mas, em termos chineses, trata-se de um desempenho abaixo das expectativas: na comparação com o saldo de 2008 (ano da explosão da crise econômica mundial), é quase metade do resultado de três anos atrás.

QUEDA NA EUROPA

A fraca demanda externa tem fatores conhecidos: os dois maiores parceiros comerciais, EUA e Europa, amargam suas piores crises econômicas em 70 anos.

Embora as vendas para a maior economia mundial tenham mantido o ritmo do exercício anterior, as exportações para o bloco europeu cresceram em ritmo mais fraco (14%, ante 32% em 2010).

Ma Jun, economista do Deutsche Bank citado pelo agência chinesa Xinhua, prevê um crescimento de 8,3% para a China neste ano, ante uma projeção de 9% para 2011, por conta do crescimento mais lento das exportações.

O governo chinês já espera que esse quadro prossiga em 2012 e mira nos emergentes para manter quente o principal motor de sua economia nas últimas décadas.

O problema é que a balança comercial da China é deficitária (importações acima das exportações) com Rússia, África do Sul e Brasil, os principais "países emergentes" em sua pauta comercial.

E ao mesmo tempo, Pequim sofre pressões dos EUA, que acusa o país de manter o yuan artificialmente desvalorizado, o que torna seus produtos mais atrativos para o restante do planeta.

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