Índice geral Mundo
Mundo
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Jornalista de TV francesa é morto na Síria

França culpa o regime de Bashar Assad, que acusa "grupo terrorista armado" pelo ato

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um jornalista francês foi morto ontem enquanto participava de uma cobertura com outros repórteres estrangeiros na cidade de Homs. Gilles Jacquier, 43, cinegrafista da rede de TV France-2, foi o primeiro jornalista ocidental a morrer nos dez meses de conflito no país.

O governo sírio culpa "um grupo terrorista armado" pelo ataque ao grupo, que teve sua viagem pelo país autorizada pelo regime. A ação, segundo a agência estatal síria Sana, matou outras oito pessoas e deixou vários feridos.

"Terroristas atiraram morteiros contra jornalistas estrangeiros enquanto eles inspecionavam os restos da destruição e do caos perpetrados por grupos terroristas armados", diz matéria da Sana.

Testemunhas, no entanto, afirmam que não é possível determinar quem atacou o grupo. O repórter Jens Franssen, que estava entre os cerca de 15 jornalistas que percorriam um bairro de Homs, contou à rede belga VRT que "três ou quatro granadas" explodiram muito próximo ao grupo.

Segundo a rede France-2, as circunstâncias da morte do cinegrafista "precisam ser esclarecidas".

O governo francês, um dos principais críticos da repressão do ditador Bashar Assad, culpou o regime pela falta de proteção ao grupo.

"Cabe às autoridades sírias garantir a segurança de jornalistas internacionais em seu território e proteger essa liberdade fundamental que é a liberdade de informação", disse o chanceler Alain Juppé.

FARSA

Um dos mais de 160 monitores da Liga Árabe que estão na Síria abandonou anteontem a missão no país, por considerá-la uma "farsa".

"O que eu vi foi um desastre humanitário. O regime não está apenas cometendo um crime de guerra, mas uma série de crimes contra seu povo", disse o argelino Anwar Malek à rede Al Jazeera.

Segundo o observador, as forças do regime não retiraram os tanques das ruas, mas apenas os esconderam durante a passagem da missão. "Snipers [atiradores] estão em todos os lugares, atirando em civis. Prisioneiros têm sido torturados e ninguém foi libertado", completou.

A agência Reuters disse ter conversado com mais um monitor do bloco que quer deixar o país amanhã. "A missão não é clara. Ela não serve aos cidadãos. Não serve para nada", disse o observador árabe, que não quis se identificar.

Ontem, Assad fez uma rara aparição pública, durante uma manifestação pró-regime em Damasco. "Tenho fé no futuro e nós vamos, sem dúvida, triunfar sobre essa conspiração", disse o ditador, com um visual casual, sem gravata.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.