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Haitianos no Brasil temem que parentes não possam imigrar

Receio é que restrição imposta pelo governo brasileiro barre a entrada de compatriotas

KÁTIA BRASIL
DE MANAUS
FREUD ANTUNES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIO BRANCO

Os haitianos que entraram clandestinamente no Brasil pelo Amazonas e pelo Acre reagiram com preocupação à decisão do governo federal de limitar a entrada de imigrantes ilegais.

Anteontem, o governo anunciou que pretende facilitar a emissão de até cem vistos por mês diretamente na Embaixada do Brasil em Porto Príncipe. No entanto, o governo quer começar a expulsar aqueles que entrarem no país clandestinamente.

Eles temem que o país feche as fronteiras nos próximos dias e impeça a entrada dos compatriotas que já estão a caminho. O trajeto até a fronteira amazônica dura, em média, seis dias, incluindo viagens de avião, ônibus e barco.

"É preciso pensar nos que estão chegando. Temos gasto até US$ 5.000 na viagem e esse dinheiro é conseguido com muito esforço de toda nossa família", disse à Folha Ogiris Theranor, 33, que chegou a Manaus há dois meses.

Os haitianos que já estão no Brasil também disseram estar preocupados com os familiares que ficaram no Haiti. O temor é que as medidas que o governo pretende adotar impeçam a migração de namorados e parentes no futuro.

Parte dos haitianos, porém, achou positivo o anúncio do governo. Ronald Alexis, há três meses no Acre, disse que a emissão de vistos diretamente no Haiti evitará que os imigrantes caiam nas mãos de atravessadores em viagens arriscadas.

"Assim vamos poder pegar um avião e descer do lado brasileiro. Na migração ilegal sofremos muitos dias para chegar aqui", disse.

Os haitianos que já chegaram estão sendo regularizados e terão visto concedido por razões "humanitárias". Em 2011, cerca de 4.000 entraram pela fronteira amazônica.

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