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Agência rebaixa fundo europeu de resgate

Decisão ocorre após queda da nota de 9 países e pode reduzir capacidade do mecanismo de ajuda a governos endividados

Bolsas europeias têm alta e França paga menos em captação no mercado, mas euro se desvaloriza ante dólar

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Depois de rebaixar a nota de nove países na semana passada, ontem foi a vez de a agência Standard & Poor's diminuir a nota do fundo europeu de resgate.

O anúncio não é uma surpresa, já que a agência de avaliação de risco havia avisado no mês passado sobre a possibilidade de rebaixamento do fundo, uma vez que15 países corriam o risco de ter suas notas reduzidas.

A queda de "AAA" (nota máxima) para "AA+" deve tornar mais cara a captação de dinheiro no mercado por parte do fundo, reduzindo a sua capacidade de ajuda aos países endividados.

A decisão da S&P foi feita após o fechamento das principais Bolsas de Valores europeias, como ocorreu na sexta passada -quando o anúncio do rebaixamento da nota dos nove países só ocorreu depois que os mercados deixaram de funcionar.

E, ao menos inicialmente, os mercados parecem ter seguido o "conselho" do presidente francês, Nicolas Sarkozy, de que a perda da nota máxima por parte da segunda maior economia europeia "não muda nada".

A Bolsa de Paris subiu 0,89%, enquanto a alemã teve alta de 1,25%. Em Londres, houve valorização de 0,37%.

No Brasil, a Bovespa registrou alta de 1,37%. Os mercados americanos não funcionaram devido a feriado.

Um outro sinal positivo foi que os investidores exigiram ontem um retorno menor para adquirir títulos franceses de curto prazo (com vencimento em até um ano).

No entanto, o euro continuou a sua trajetória de queda. A moeda dos 17 países da zona do euro atingiu o seu menor valor histórico ante o iene e a menor cotação em relação ao dólar em 17 meses.

FRANÇA

Um dos possíveis motivos para que não tenha ocorrido uma fuga nos mercados ontem é que muitos fundos de investimento exigem que um título tenha ao menos duas notas máximas.

A França, por exemplo, mantém o seu "AAA" para a Fitch e para a Moody's, ainda que esta última tenha declarado ontem que isso pode mudar ainda neste trimestre.

Sarkozy, que até pouco tempo atrás afirmava que a nota máxima era um "tesouro nacional", ontem deu ares de pouca importância para o rebaixamento. "Temos que reagir a isso com calma", disse durante visita ao premiê espanhol, Mariano Rajoy.

Mas o rebaixamento deve ser mais um empecilho para o sucesso da sua campanha de reeleição neste ano, em que a economia deve estar no centro das discussões, com uma recuperação lenta e uma dívida de 86% do PIB.

Além dos títulos da dívida francesa, foram rebaixados pela S&P os papéis dos governos de Áustria, Malta, Eslováquia, Eslovênia, Itália, Espanha, Portugal e Chipre.

CLÓVIS ROSSI
O colunista está em férias

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