Buscas pelos sobreviventes são prioridade

Para acelerar as buscas por sobreviventes do naufrágio do Costa Concordia -estabelecidas como prioritárias pelas autoridades italianas-, mergulhadores da Marinha fizeram ontem quatro explosões controladas para abrir buracos no casco do navio de luxo, de 1,2 metro cada um.

Antonino Ruggero, mergulhador da Marinha italiana, explicou que o objetivo é "criar passagens em pontos onde, baseado em nossos cálculos, se poderia mais facilmente encontrar pessoas e por onde os mergulhadores poderiam sair rapidamente, caso o navio se mova".

"Estamos correndo contra o tempo", disse o porta-voz da Marinha, Alessandro Busonero, à TV Sky 24.

Uma das preocupações é com a piora nas condições climáticas previstas para esta semana.

Um problema, porém, é a dificuldade em fechar o número exato de desaparecidos.

Anteontem, subiu, sem explicações, de 16 para 29; com cinco corpos encontrados ontem, mas ainda não identificados, baixou para 24.

Os 29 seriam, segundo as autoridades locais, 14 alemães, 6 italianos, 4 franceses, 2 americanos, 1 húngaro, 1 indiano e 1 peruano.

Mas uma jornalista do diário italiano "La Stampa" disse ter tido acesso à lista de desaparecidos feita pela equipe de coordenação de crise do prefeito local, Giuseppe Linarda, e que ela tem 40 nomes, dez dos quais italianos.

A segunda prioridade estabelecida pelas autoridades é garantir a retirada segura dos 500 mil galões de combustível do navio, uma vez que ele naufragou num santuário de golfinhos e baleias.

O ministro do Ambiente italiano, Corrado Clini, deu à empresa Costa Cruzeiros, dona do navio, 48 horas para apresentar um plano para a retirada.

A firma holandesa de salvamento de navios Smit, a cargo da operação, calculou em entre duas e quatro semanas o prazo para conclui-la; antes, será necessário fazer uma vistoria da embarcação.

Segundo a Smit, não há indícios de avarias nos tanques ou de vazamentos.

"Mas sempre há riscos ambientais nessas operações", disse Kees van Essen, diretor de operações da empresa.