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Itália realiza devassa em agência de risco S&P Ação seguiu ordem de Procuradoria e vasculhou escritórios em Milão Firma é investigada por especulação abusiva, manipulação de mercado e uso ilícito de dados privilegiados DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIASAgentes policiais da divisão de delitos fiscais da Itália fizeram ontem uma operação nos escritórios da agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) em Milão, em busca de documentos sobre suas avaliações. Segundo a imprensa local, 14 pessoas foram interrogadas. A operação foi determinada pela Procuradoria de Trani, que investiga a agência por supostamente manipular o mercado com "julgamentos falsos, infundados ou ainda imprudentes" sobre o sistema financeiro e bancário italiano, além de especulação abusiva e uso ilícito de informação privilegiada. Na semana passada, a S&P rebaixou a nota da dívida da Itália em dois degraus, de A para BBB+. Outros oito países da zona do euro também foram rebaixados. As investigações se baseiam, porém, em avaliações feitas pela agência em 2011. A S&P divulgou comunicado em que se disse "surpresa e consternada por essa investigação" sobre suas avaliações independentes. "As acusações feitas são todas sem fundamento e sem mérito, e, com força, defenderemos nossas ações, nossa reputação e a dos nossos analistas." São alvos da investigação três analistas e o responsável legal da S&P. A agência Moody's também está sendo investigada, sob a mesma suspeita. ESPANHA Ontem, a diretora-geral de classificações para Europa e África da S&P provocou polêmica ao dizer que a agência havia sido "generosa" com a Espanha ao ter lhe dado nota A na semana passada, em vez de considerá-la investimento especulativo ("junk", no jargão em inglês). Para Myriam Fernández de Heredia, os "ratings implícitos" derivados do risco da dívida espanhola no mercado corresponderiam a uma qualificação abaixo dos níveis de investimento, ou BB. A declaração suscitou no país críticas de que as agências de risco emitem suas avaliações com base não apenas em critérios técnicos, mas também políticos. Após a série de rebaixamentos de países da zona do euro, na semana passada, a chanceler (premiê) alemã, Angela Merkel, chegou a pedir uma legislação que reduzisse a dependência de investidores institucionais nas agências de risco. Nessa semana, os ministros alemães das Finanças, Wolfgang Schäuble, e das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, defenderam que a Europa crie suas próprias agências independentes de classificação de risco. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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