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Análise

Mitt Romney vive semana de cão em vez da coroação

PATRÍCIA CAMPOS MELLO
DE SÃO PAULO

O APOIO DO DESISTENTE RICK PERRY a NEWT GINGRICH PODE UNIR OS "REAIS CONSERVADORES", QUE DIVIDIAM SEUS VOTOS CONTRA ROMNEY

Esta tem sido uma semana infeliz para o republicano Mitt Romney. O pré-candidato vinha embalado, com esperança de vencer com folga sua terceira primária amanhã -a da Carolina do Sul, depois de ter levado Iowa e New Hampshire - e praticamente se coroar o indicado republicano para disputar a Presidência.

Em vez disso, Romney se viu diante de uma série de reveses.

A sua vitória por oito votos no caucus de Iowa, em janeiro, ontem de manhã virou uma derrota para Santorum, por 34, depois de revista a contagem.

O apoio do desistente Rick Perry a Newt Gingrich, ontem, tem a possibilidade de unir os "reais conservadores", que dividiam seus votos entre Perry, Rick Santorum e Michele Bachman, contra Romney.

Isso após dias de críticas contra a recusa de Romney de divulgar suas declarações de imposto de renda e contra seu passado de "capitalismo de abutres" promovendo demissões nas empresas compradas pela Bain Capital.

Romney, com fortuna estimada em US$ 250 milhões, admitiu que paga apenas 15% de imposto de renda -muito abaixo da classe média americana. Pressionado pelos rivais para divulgar suas declarações, ele foi evasivo e disse que talvez o faça, mas só em abril. Depois, uma reportagem mostrou que Romney mantém parte de seu dinheiro no paraíso fiscal das ilhas Cayman.

As pesquisas não demoraram a refletir a ofensiva anti-Romney: ele estava disparado na frente, chegando a até 20 pontos de vantagem no início de janeiro, quando uma pesquisa da CNN dava 37% a ele, diante de 19% de Santorum e 18% de Gingrich.

Ontem, várias pesquisas divulgadas mostram Gingrich ganhando terreno. Na pesquisa da NBC News, Romney está 10 pontos à frente e na do Politico, 7 pontos. Outra pesquisa, do American Research Group, mostra Gingrich com um ponto de vantagem. Outras três pesquisas, menos tradicionais, retratam Gingrich na liderança com vantagens variando de 2 a 6 pontos.

Mas há tempo para redenção de Romney antes da primária de amanhã.

Dois imponderáveis podem brecar o impulso de Gingrich: os efeitos da entrevista de sua ex-mulher, Marianne, que iria ao ar ontem à noite, e o debate entre os candidatos, também na noite de ontem.

Na entrevista, Marianne diz que Gingrich não tem moral para ser presidente, que ele queria manter "um casamento aberto", a traía "no quarto do casal" e pediu divórcio pouco depois de Marianne ser diagnosticada com esclerose múltipla. A ver como isso vai reverberar com os conservadores.

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