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Economia americana tem avanço tímido

Maior PIB fecha o ano com crescimento de 1,7%; alta do 4º trimestre fica abaixo do esperado, e Bolsa cai 0,58%

Governo diz que avanço é encorajador, mas é preciso mais para recuperar empregos perdidos na recessão

VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK

O PIB americano avançou 2,8% no quarto trimestre de 2011, um ponto percentual acima do resultado registrado nos três meses anteriores.

Apesar da aceleração no último período do ano, o número veio abaixo das expectativas do mercado, o que colaborou para a queda de 0,58% do índice Dow Jones, o mais importante da Bolsa de Valores de Nova York.

Analistas mantêm a projeção de crescimento modesto nos EUA a curto prazo.

Mesmo com a melhora de alguns setores, a situação ainda precária da economia fez o Fed -o BC americano- dizer nesta semana que os juros baixos atuais (entre zero e 0,25%) devem durar até o fim de 2014 -a previsão anterior era até meados de 2013.

Na comparação de 2011 com o ano anterior, o PIB dos EUA avançou 1,7%, resultado que só foi melhor que o do Reino Unido, entre as poucas grandes economias que já divulgaram o resultado do ano passado. A China se expandiu em 9,2%, por exemplo.

Relatório do Citi aponta que a demanda interna nos EUA foi morna de outubro a dezembro e que o incremento de 2% no consumo não deve se repetir, já que foi puxado por um resultado excepcional do setor automotivo.

O banco enfatiza que a alta de 1,7% no investimento fixo não residencial (o que inclui a aquisição de máquinas) foi a menor em dois anos.

Outro destaque foram os gastos do governo, que recuaram quase 5%. Entre eles, desembolsos na área de Defesa registraram o pior resultado, com retração de 12,5%.

Para o HSBC, o gasto governamental foi o dado mais sensível entre todos os componentes do PIB. "Se o país não estivesse passando por um período de austeridade fiscal, o crescimento teria sido próximo de 2,2%."

O relatório do banco prevê que a contração continuará até 2013, pois administrações estaduais e locais ainda enfrentam quebras nas receitas. A instituição projeta crescimento de 1,5% da economia americana neste ano.

Nesta semana, relatório do Fed já havia indicado que o país vê avanço moderado do PIB nos próximos trimestres.

Ao comentar o resultado do PIB ontem, a Casa Branca afirmou que a expansão em 2011 é encorajadora, mas que é preciso que a economia cresça mais rápido para que o país recupere os empregos perdidos durante a recessão.

A taxa de desemprego caiu nos últimos meses, mas ainda está alta: 8,5%.

CENÁRIO GLOBAL

Tony Volpon, da corretora Nomura, diz que a recuperação dos EUA ocorre de forma desigual entre os diferentes setores da economia.

Segundo ele, deve haver leve recessão na Europa e manutenção do crescimento das economias dos mercados emergentes, uma vez que medidas recentemente anunciadas pelo Banco Central Europeu reduziram os riscos de quebra do sistema financeiro e de choque global.

"Os emergentes estão retirando medidas de contenção do crescimento [por exemplo, anunciando cortes de juros]. Estamos vendo os emergentes pisarem no acelerador todos juntos", afirmou.

"No final do ano, deve haver uma aceleração global", completou.

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