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Grupo admite ter planejado ataque a bomba em Londres

De nove radicais presos, quatro assumiram ter tido inspiração na Al Qaeda; todos são cidadãos britânicos

Lista de possíveis alvos incluía prefeito da capital britânica, embaixada dos Estados Unidos e roda-gigante

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

Um grupo de terroristas com inspiração na Al Qaeda admitiu ontem em juízo que pretendia promover um atentado a bombas na Bolsa de Londres no fim de 2010.

Dos nove radicais presos, quatro deles admitiram o plano. Os outros apenas confirmaram a participação em encontros e a posse de material com apologia ao terrorismo, incluindo uma revista ligada à Al Qaeda.

Todos eles são cidadãos britânicos ligados a grupos islâmicos. A polícia conseguiu prender o grupo, em 2010, antes que uma data para o ataque fosse estipulada.

Na casa de um dos detidos, havia uma lista manuscrita de possíveis alvos, entre eles o prefeito de Londres, Boris Johnson, a embaixada dos Estados Unidos e a roda-gigante à beira do rio Tâmisa, a London Eye. A sentença dos nove suspeitos deve ser proferida na próxima semana.

De acordo com a acusação, os suspeitos também pretendiam enviar pacotes-bomba a vários alvos e discutiram a possibilidade de uma ação similar à de Mumbai, cidade da Índia onde, em 2008, um comando de homens armados deixou mais de 160 mortos em ações coordenadas.

O grupo seria julgado nesta semana, mas admitiu a preparação de atos de terrorismo para evitar penas maiores. A defesa alegou que os ataques não envolviam intenção de causar mortes ou ferimentos, mas danos econômicos e ao edifício.

Segundo os investigadores, o grupo pretendia se infiltrar na Bolsa de Londres como negociantes e detonar bombas nos banheiros, esperando que o prédio pegasse fogo.

Inicialmente, haviam alegado que a razão para seus encontros entre novembro e dezembro de 2010 eram parte de um plano para financiar um projeto islâmico na região da Caxemira.

Além de contatos pela internet e por telefone, o grupo também fez reuniões em parques públicos, de maneira a dificultar que fossem investigados.

Ainda assim, detetives disfarçados flagraram dois dos acusados observando pontos turísticos da cidade de Londres, como o Big Ben, o Parlamento e a Abadia de Westminster.

A maior inspiração do grupo era o clérigo Anwar al Awlaqi, líder da Al Qaeda na península Arábica morto no ano passado durante uma ação antiterrorismo do governo dos Estados Unidos.

Os suspeitos são vistos como radicais islâmicos que decidiram atender ao chamado de Awlaqi, que em uma revista incitava ataques individuais, sem ligação com a rede.

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