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Sem-terra paraguaios ameaçam invasão hoje

Grupo quer entrar nas terras do brasileiro Tranquilo Favero, maior sojicultor do Paraguai

LAURA CAPRIGLIONE
ENVIADA ESPECIAL A CIUDAD DEL ESTE

Os 15 mil sem-terra paraguaios (cálculos dos líderes do movimento), ou 700 (segundo a Polícia Nacional), que estão acampados diante da propriedade do empresário brasileiro Tranquilo Favero dizem que invadirão hoje as terras dele, que é considerado o maior produtor individual de soja do país.

Dentro da fazenda Espigão, muito perto do rio Paraná, em Ñacunday (a 95 km de Foz do Iguaçu), o comissário de polícia Hector Spinola, à frente de 40 soldados, garantia: "Qualquer movimento dos sem-terra, entraremos em ação. Viemos para garantir a propriedade privada".

Para entrar e sair da Espigão, o visitante tinha de passar por Sassá, o brasileiro desdentado e mal-encarado da porteira, ostentando sua calibre 12. O governo do presidente esquerdista Fernando Lugo também espalhou 200 homens da polícia antimotim pela vizinhança.

Ontem, o principal líder dos sem-terra, Victoriano Lopez, passou o dia na capital, Assunção, a 335 km de distância do acampamento. Tentava negociar com o governo uma desapropriação da Espigão, para dividi-la em lotes de 25 a 30 hectares, um para cada família de acampados.

Os sem-terra acusam Favero de haver grilado pelo menos 167 mil hectares de terras públicas. Desafiam-no a mostrar seu título de propriedade. Advogados de Favero afirmam ter todos os documentos comprobatórios da compra das terras.

No acampamento, a Folha não viu arma de fogo.

A tensão entre os sem-terra paraguaios, os "carperos", e os donos de terra brasileiros cresceu nas últimas semanas. Ao todo, os sem-terra reivindicam 260 mil hectares ocupados (segundo eles, "usurpados") por brasileiros.

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