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Criticar Cuba seria atitude 'imperial', afirma ministro

Gilberto Carvalho defende o silêncio de Dilma sobre direitos humanos na ilha

FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) defendeu ontem a decisão da presidente Dilma Rousseff de não criticar a situação dos direitos humanos em Cuba, onde esteve nesta semana.

"As pessoas estão um pouco habituadas a um comportamento -que já se teve muito na história- de você estar em um país como visitante e ditar regras (...). Acho que isso é um comportamento imperial que não deve caber ao Brasil, e a presidenta Dilma jamais faria isso", afirmou.

A atitude da presidente foi criticada por grupos de defesa dos direitos humanos, que esperavam uma declaração sobre o assunto.

O ministro afirmou que a presidente "respeita o povo cubano" e sua autonomia. "Seria adequado que ela fizesse alguma crítica a Cuba, se for o caso, aqui no Brasil, e não lá no país que ela está visitando."

Dilma afirmou durante a viagem que o tema deve ser discutido "dentro de uma perspectiva multilateral", e citou Guantánamo como exemplo. Sob controle dos Estados Unidos, a base em solo cubano mantém 171 presos suspeitos de terrorismo num limbo jurídico.

Em 2009, no início de seu mandato, o presidente Barack Obama prometeu desativar a prisão.

"Ela fez questão de lembrar que na própria ilha de Cuba há um pedaço do território que não pertence a Cuba, e sim aos Estados Unidos, onde a violação dos direitos humanos é histórica, e há um grande silêncio cúmplice sobre essa questão", afirmou Carvalho. Para o ministro, o tema é muito "nobre" para ser tratado como uma forma de "atacar esse ou aquele governo".

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