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Líder supremo do Irã afirma que Estado de Israel é um "câncer"

Aiatolá Ali Khamenei promete apoiar quem se dispuser a combater o "regime sionista"

SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse ontem que Israel é um "câncer" e prometeu apoiar qualquer iniciativa que vise combater o Estado judaico.

A declaração, feita na tradicional oração de sexta-feira e em meio à comemoração do 33º aniversário da Revolução Islâmica, sucede às crescentes ameaças de ataque ao Irã por parte de Israel e EUA.

"O regime sionista [nome dado a Israel pelas autoridades iranianas] é um câncer que merece ser eliminado e, se Deus quiser, ele será", disse Khamenei, que detém a palavra final sobre todos os temas ligados à gestão do país.

O líder supremo afirmou ainda que o governo iraniano "fornecerá ajuda a qualquer país ou organização disposto a lutar contra o regime sionista, que está agora mais fraco do que nunca".

Khamenei disse que Israel já foi derrotado duas vezes graças à ajuda do Irã: em 2006, quando o grupo libanês Hizbollah enfrentou ataques israelenses por 33 dias; e em 2009, quando o palestino Hamas sofreu uma ofensiva na faixa de Gaza.

A multidão de simpatizantes do líder supremo respondeu às declarações aos gritos de "morte a Israel".

Os ataques verbais do líder supremo ecoam declarações semelhantes feitas reiteradas vezes nos últimos anos pelo presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que questiona o Holocausto na Segunda Guerra Mundial e defende que Israel seja "varrido do mapa".

No discurso de ontem, transmitido pela TV estatal, Khamenei também atacou os EUA, que vêm usando retórica semelhante de hostilidade ao Irã e acabam de impor embargo ao petróleo iraniano.

"[Os americanos] dizem que todas as opções estão sobre a mesa. Ameaças de guerra são prejudiciais aos EUA, e lançar uma guerra seria dez vezes prejudicial para [os EUA]", disse Khamenei.

A escalada retórica surge no rastro de um relatório da AIEA (agência nuclear da ONU) divulgado em novembro que, segundo as potências ocidentais, reforça suspeitas de que o programa nuclear do Irã visa fabricar a bomba atômica.

Desde então, EUA e União Europeia adotaram as mais duras sanções econômicas impostas até agora ao Irã, que ameaça retaliar fechando o estreito de Hormuz, por onde passa um sexto da produção mundial de petróleo.

Teerã diz que as sanções são injustas e insiste em que, como signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, tem o direito de enriquecer urânio para produzir energia e fazer pesquisa contra o câncer.

ATAQUE

O secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, acredita que Israel pode decidir atacar o Irã na Primavera, informou o "Washington Post".

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