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Missão de agência nuclear em Teerã chegou a impasse

CLAUDIA ANTUNES
DO RIO

Embora considerada positiva do ponto de vista político, a negociação entre o governo iraniano e a missão de alto nível enviada no fim de janeiro pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) ainda não produziu avanços substantivos.

Segundo fontes diplomáticas, um impasse sobre os procedimentos para que o Irã esclareça as alegações de que seu programa nuclear teria fins militares impediu que a missão continuasse em Teerã, como haviam sugerido as autoridades iranianas.

As duas equipes negociadoras terão que fazer consultas a seus superiores antes do prosseguimento do diálogo, no dia 21 deste mês.

A discussão entre 27 e 29 de janeiro, a primeira em alto nível desde 2010, foi descrita como árdua e apenas o início de um processo de reconstrução de confiança.

A AIEA estaria tentando obter acesso a instalações militares iranianas que, em princípio, não guardam material radiativo, mas foram postas sob a suspeita de produzir equipamentos para suposto projeto nuclear paralelo destinado a produzir a bomba.

Hoje, há inspetores da agência nas unidades iranianas que lidam com combustível atômico. A fiscalização é feita com o controle do urânio bruto que entra e do urânio enriquecido produzido, de modo que não haja desvio para fins bélicos.

O último relatório da AIEA sobre o Irã incluiu detalhes de informes de serviços secretos ocidentais que apontam indícios do projeto paralelo. A maior parte, porém, é anterior a 2003.

Há dúvidas também sobre se a "reconstrução de confiança" resistirá a pressões de política interna no Irã e nos EUA. Nos dois países há eleições neste ano (as iranianas são legislativas).

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